Detentos voltam a se rebelar em Alcaçuz e ameaçam confronto campal
As imagens revelam barricadas entre o pavilhão 4, dominado por integrantes do Sindicato do Crime do RN (SDC), e o antigo pavilhão 5, hoje Presídio Rogério Coutinho Madruga, dominado por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação do PCC contra o SDC no pavilhão 4 no sábado, 14, deixou 26 mortos.
Um policial narra a cena, temendo uma escalada da violência. "A gente atira para poder não deixar ter confronto porque se houver confronto vai ser morte demais. De um lado, tem 400 e poucos do Sindicato e, de outro, tem quase 600 que são do PCC", disse o PM não identificado. "Então, a gente está numa situação difícil. Só tem dois oficiais presentes", acrescentou.
O policial receia que a contenção pelas forças de segurança não seja suficiente para evitar novas mortes. "A gente está na batalha para não deixar haver o confronto. Mas a gente acha que isso aqui não tem condições, não. Não tem condições de segurar. A gente vai só tentar evitar o confronto, estamos usando a munição não letal. Se não for agora, com certeza à noite vai haver confronto", disse.
Setenta e duas horas após a rebelião que culminou com o massacre, os presos de Alcaçuz ainda circulam livremente no interior dos pavilhões, que tiveram a estrutura de tranca das celas quebradas.
O governador do Estado, Robinson Faria (PSD), se reuniu na manhã desta terça com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e pediu reforço no número de agentes da Força Nacional que já atuam no Rio Grande do Norte. A administração estadual quer apoio federal para contenção da situação no interior da unidade prisional.
"As tropas devem atuar em apoio ao Batalhão de Polícia de Choque (BP Choque) nas ações no sistema prisional. De pronto, o ministro atendeu ao pedido do governador de disponibilização de uma aeronave do ministério para a transferência dos cinco chefes de facções criminosas retirados do presídio na tarde de ontem, em operação conduzida pela polícia do RN. Os detentos serão transferidos para presídios federais", informou o governo em nota.
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