Corregedoria da PM abre inquérito para investigar motim no Rio
A pedido da 1ª Promotoria de Justiça, que atua junto com a Auditoria Militar, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Penna Barros autorizou o mandado de busca e apreensão de telefones celulares e documentos que comprovem a organização do movimento. E também a quebra do sigilo dos dados dos aparelhos - agenda telefônica, conversas de aplicativos como WhatsApp e Telegram. Os mandados foram cumpridos nesta quinta-feira, 23. A princípio, nenhuma mulher de policial está sob investigação.
O movimento no Rio foi inspirado na paralisação da PM do Espírito Santo. Mas ao contrário do que ocorreu no Estado vizinho, o policiamento no Rio de Janeiro, mesmo prejudicado, não chegou a ser interrompido.
O comando da corporação criou estratégias para driblar os piquetes na porta dos batalhões: policiais assumiram serviço nos postos avançados, muitas vezes sem fardas, que eram entregues posteriormente; viaturas foram estacionadas dentro de estádio e até mesmo nas garagens de shoppings; tropas foram transferidas de helicóptero.
No Espírito Santo, as mulheres dos policiais não sofreram agressões, mas no Rio, houve reações de oficiais, e ocorreram confrontos entre policiais e manifestantes. No movimento fluminense, as mulheres protestaram pelo pagamento do salário e 13º atrasados, e também pelo pagamento do Regime Adicional de Serviço, o RAS, como o "bico oficial", em que policiais trabalham nas horas vagas.
Nesta quinta-feira, 23, mulheres de policiais voltaram a trocar mensagens nos grupos de WhatsApp usados para organizar o movimento. "Gente, a Corregedoria da PM está com mandado de busca e apreensão de celulares para coletar informações em relação à manifestação das esposas, para punir nossos guerreiros envolvidos. Fiquem atentas. Apaguem todas as fotos que associem vocês à organização", escreveu uma delas.
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