Corretora de valores girou R$ 6 milhões de alvos da Lava Jato, diz força-tarefa
Segundo a força-tarefa, a agência simulava importações que não existiam para fazer remessas ao exterior. A Operação Paralelo, deflagrada nesta terça-feira, 28, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas ligadas à Advalor. Segundo a investigação, a corretora teria ajudado a fazer remessas ao exterior e colaborado para lavagem de dinheiro de propinas.
A Paralelo fez busca e apreensão também em endereços ligados ao sócio do grupo Advalor Miguel Julio Lopes. O executivo da corretora é apontado em delações premiadas como intermediário no pagamento de propinas oriundas de contratos firmados entre a Petrobras e construtoras do esquema de cartel. Lopes, segundo as investigações, era responsável por fazer remessas ao exterior para abastecer contas ligadas aos esquemas.
Nesta etapa, foi preso preventivamente o ex-gerente da estatal Roberto Gonçalves, que, segundo a Polícia Federal, recebia vantagens indevidas da Odebrecht e da UTC Engenharia por meio do operador Mário Góes.
Mário Góes relatou, em delação premiada, ter usado a Advalor para transferir valores a destinatários de propinas. Outro delator que também disse ter se utilizado da agência foi o ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, a corretora chegou a ser intimada para apresentar documentos que comprovassem as delações premiadas. No entanto, teria repassado apenas a "parte lícita" das operações de câmbio feitas para o delator Mário Gois. O operador teria contestado, em delação premiada, os comprovantes, alegando que a parte "suja" das operações não foi revelada pela empresa.
Em coletiva à imprensa, a Polícia Federal afirma que a ocultação das operações supostamente ilícitas motivou a busca e apreensão contra a Advalor e os sócios envolvidos.
Na coletiva, a força-tarefa da Lava Jato afirma que, apesar das investigações, a Advalor opera de maneira regular. O foco das investigações está nas atividades de Miguel Julio Lopes, apontado por delações premiadas como o contato, dentro da empresa, para intermediar repasses ilícitos.
A força-tarefa da Lava Jato ainda informou ter recuperado R$ 4 milhões de dólares por meio de um acordo de cooperação com autoridades Suíças. Segundo as investigações, a partir de 2014, o ex-gerente Roberto Gonçalves começou a "dissipar" propinas recebidas em bancos suíços, distribuindo-as em contas nas Bahamas e outros paraísos fiscais.
Defesa
A reportagem ligou para a Advalor e foi informada de que os sócios responsáveis vão se manifestar ainda nesta terça-feira.
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