Líder do PMDB, Renan pede 'renúncia negociada' e 'transição rápida'
Após criticar as reformas do governo e articular a derrubada da sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para impedir a leitura do relatório da reforma trabalhista, o peemedebista passou a listar nomes para substituir Michel Temer na Presidência.
"Nelson Jobim e Joaquim Barbosa são grandes nomes. É claro que a atual presidente do STF, os presidentes da Câmara e do Senado e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) seriam candidatos naturais. Mas Jobim e Barbosa são ótimos nomes", defendeu.
Em mais um embate com Temer, Renan fará um discurso hoje na Marcha das Centrais sindicais, em Brasília, às 10 horas, contra as medidas econômicas defendidas pelo governo. Após sua fala, os manifestantes seguirão em direção ao Congresso Nacional, onde será realizado ato contra as reformas trabalhista e previdenciária.
Oposição
A participação de Renan no protesto faz parte da estratégia do peemedebista de se aproximar cada vez mais da oposição. Com a crise no governo, o alagoano também aproveitou para intensificar as conversas com partidos insatisfeitos com o governo para angariar apoio em uma eventual eleição indireta no Congresso, como PSB e PDT. O primeiro integrava a base aliada do governo até sábado passado, quando anunciou sua saída e defendeu a renúncia do presidente. Apesar disso, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB) afirmou nesta terça, em suas redes sociais, que não entregaria a pasta.
Não é a primeira vez que Renan articula contra o governo. Desde o envio das reformas ao Congresso, ele tem enfrentado o Planalto, o que gerou mal estar dentro da bancada do PMDB, onde é líder. Nas últimas semanas, Renan passou a participar de jantares com senadores da oposição e parlamentares que estão deixando a base.
Na segunda-feira, Renan participou de jantar com Kátia Abreu (PMDB-TO), e os senadores Lídice da Mata (PSB-BA), Roberto Muniz (PP-BA), Jorge Viana (PT-AC) e Acir Gurgacz (PDT-RO). No encontro, discutiram a saída de Temer e a obstrução das pautas do governo.
O posicionamento de Renan incomoda alas do PMDB e aliados de Temer, que pedem que a base aliada mantenha um clima de "normalidade" e aguarde o julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no próximo dia 6, para se posicionar. Mesmo admitindo dificuldade de manter o governo, aliados de Temer argumentam que a cassação da chapa seria uma saída "mais digna" que a renúncia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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