'Eu quero ser o que eu era', diz internado
O homem que Bezerra era tem quatro filhos e trabalha como comerciante. É dono de cinco barracas de feira e também tem casa e apartamento próprios. Já o homem que Bezerra se tornou mora na Cracolândia e cata latinha para comer e comprar droga. "Ele não tem mais nada: nem documento", diz a mãe, Hilda Bezerra, de 74 anos.
Hilda não esconde a tristeza ao relatar a história do filho, mas agora também vê motivos para sentir esperança. "Foi a primeira vez que ele pediu para receber tratamento", diz a mãe, que o acompanhou ontem ao Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), no centro da capital.
As internações voluntárias após a megaoperação policial realizada na Cracolândia, no domingo, somam 40 casos, segundo dados divulgados pela Prefeitura na manhã desta quarta-feira, 24. "Eu acredito que ele pode mudar, porque não foi forçado a nada. Se ele não quisesse, não teria resultado", afirma Hilda.
Mortes
A mãe não tinha notícia de Bezerra desde outubro, quando o encontrou em uma barraca no Vale do Anhangabaú. Anteriormente, ele havia morado na Praça da República e na Sé, na região central da cidade.
Ida e volta
Na ocasião, chegou a voltar para casa e pedir ajuda para tirar documentos. Disse que queria trabalhar de novo. Dos familiares, recebeu R$ 28 para tirar fotos e pagar passagens até o Poupatempo mais perto. Bezerra, então, desapareceu. "A gente não sabia se estava vivo ou morto", conta Hilda. Segundo ela, o filho foi morar na rua pela primeira vez há dez anos, após descobrir uma traição conjugal. Foi quando começou a usar droga.
Nesse período, Bezerra ainda passou um tempo "limpo" e chegou a virar pastor de uma igreja evangélica, mas recaiu. Vivendo na rua, diz já ter sido vítima de violência policial e também de facadas de traficante por não quitar dívida de droga. "Meu filho já morreu várias vezes", diz Hilda. "Agora, a gente quer que ele volte a viver." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.