Líderes convocam deputados para marcar presença em pronunciamento de Temer
Temer chegou a agradecer no discurso a presença "espontânea" dos parlamentares, mas a participação deles não foi voluntária. Mais cedo, deputados receberam mensagem de Perondi pedindo a participação dos governistas no evento. "Meu caro. O presidente Michel Temer fará um pronunciamento hoje, 15h, no Palácio do Planalto. Agora é hora de unificar a base e pacificar o País. Perondi". Outros receberam a ligação do líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), para marcar presença no pronunciamento.
Enquanto alguns líderes partidários e deputados da base governista atendiam ao apelo e compareciam ao evento no Palácio do Planalto, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - colegiado responsável pela análise preliminar da admissibilidade da denúncia contra Temer - membros pediam a renúncia do peemedebista. "O presidente deveria renunciar, seria muito bom para o País", disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Sem parlamentares da "tropa de choque" de Temer presentes na comissão, o petista Paulo Teixeira (SP) engrossou o coro dos que pediram a saída de Temer. "Achamos mais digno que ele renuncie ao mandato. Ele não é mais uma pessoa com capacidade de conduzir o País, tendo em vista a gravidade das denúncias", discursou Teixeira.
Em um dia de tentativa de dar um ar de normalidade aos trabalhos, a CCJ vota uma série de projetos. Entre as discussões e as votações, parlamentares se manifestaram sobre a expectativa da chegada da denúncia. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) cumprimentou o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), pela posição de independência em relação ao governo e pediu que o peemedebista escolha um relator "com serenidade" para produzir o futuro parecer e sem vínculos com os partidos da base aliada. "Imagino que as pressões serão muito intensas", afirmou.
Colocado na função de suplente, o deputado Major Olímpio (SD-SP) recebeu a solidariedade dos colegas de comissão. Olímpio, que foi um dos que recebeu o apelo de Perondi, disse que vai continuar se manifestando contra o governo, mesmo não podendo mais votar na CCJ a favor da denúncia. "Não tenho preocupação com futuro político, mas enquanto for parlamentar não vou abrir mão do meu convencimento. No plenário vamos botá-lo para correr. Vergonha, Temer!", esbravejou.
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