Com suspensão de ação contra Samarco, ativistas e famílias temem impunidade
A reação de ativistas e pessoas diretamente afetadas pela tragédia do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), diante da suspensão do processo foi de indignação. Representantes de movimentos e integrantes de comissões se disseram surpresos com a medida judicial, que, para eles, demonstra impunidade em relação à tragédia.
Na segunda-feira (8), a Justiça Federal de Ponte Nova, em Minas Gerais, suspendeu a ação criminal da maior tragédia ambiental do Brasil, que provocou a morte de 19 pessoas em novembro de 2015. O juiz Jacques de Queiroz Ferreira acolheu pedido da defesa, que tenta anular o processo que torna réus 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR, alegando que a denúncia do Ministério Público tem como base provas obtidas de forma ilícita. O MP nega.
Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens, Joceli Andrioli disse que a Justiça trata o povo "como bobos". "Estamos estarrecidos de ver essa completa inoperância da Justiça. Parece de fato que a tendência é se fazer vista grossa em relação a grandes empresas que cometeram o maior crime social e ambiental dos últimos tempos", disse.
Andrioli sustentou que as provas do processo vão muito além das escutas e são suficientes para que os acusados sejam condenados. "Espero que a sensatez retorne a esse processo porque há necessidade de punição exemplar para que fatos semelhantes não voltem a acontecer no nosso País", completou.
A posição foi compartilhada por Thiago Alves, integrante da comissão de atingidos de Barra Longa, segunda cidade a ser afetada pela lama da barragem. "Existe um sentimento coletivo de total descrença com a Justiça e a certeza da impunidade das mineradoras. O clima é de uma grande indignação", disse. Alves disse que cobrará do Ministério Público Federal (MPF) medidas para tentar reverter a decisão. "O mínimo que esperamos é essa responsabilização." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
, que provocou a morte de 19 pessoas e soterrou o distrito de Bento Rodrigues, na região de Mariana, foi de indignação.
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