Jungmann minimiza impacto de vazamento de informações sobre operação no Rio
Roberta Pennafort
Rio de Janeiro
21/08/2017 18h24
"Um soldado, por sua posição, não tem informações estratégicas. A capacidade dele de trazer prejuízo é muito limitada. É ruim? É. Mas são mais de 30.000 homens nas quatro operações. Esse vazamento é mínimo. Estamos alerta", declarou o ministro, que sustenta que não foram identificadas outras pessoas que possam ter informado criminosos dos planos dos militares, em nenhum nível, nem de comando, nem operacional. Ele disse que a identificação do soldado mostra o bom trabalho da inteligência.
O ministro fez um balanço positivo da operação desta segunda de militares e policiais em oito favelas da zona norte do Rio e assegurou que informações sobre esta não vazaram. Ele deu entrevista sobre a ação com o secretário de Segurança Pública do Estado, Roberto Sá. Foram presas 39 pessoas, contra as quais havia mandados de prisão em aberto. As equipes apreenderam 310 quilos de drogas, sete armas e 25 motocicletas roubadas. Jungmann e Sá disseram que os resultados foram satisfatórios. Só das Forças Armadas foram empregados 5546 militares, que utilizaram 532 veículos, sendo 46, blindados.
"Nós vamos até o fim, não vamos recuar um milímetro. Vamos fazer operações mais abrangentes e com melhores resultados. Estamos dispostos a ir até o último dia de 2018", declarou Jungmann, que reiterou que é o Estado, a partir de dados de inteligência, que determina onde serão alocados os militares nas operações.
Jungmann disse ainda que vai propor à nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a criação de um força-tarefa especial que inclua procuradores e integrantes da Polícia Federal e Receita Federal para enfrentar o crime no Rio. Sobre a entrada de armas e drogas no Rio, lembrou que uma parceria com o governo da Bolívia resultou no fechamento recente de 27 pontos da fronteira com o objetivo de coibir a ação de traficantes.
"A ação de hoje resgatou a dignidade das comunidades e retirou criminosos de circulação. Quem não foi preso hoje que espere a sua vez", afirmou Sá. Ele anunciou que a letalidade violenta, que abarca crimes como homicídios e roubos seguidos de morte, caiu em julho ante julho de 2016, "a despeito das dificuldades do Estado". A redução foi de 2,4%.