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Alvo da Operação Cadeia Velha, Paulo Melo também se licencia da Alerj

Paulo Melo (centro) foi o último a pedir afastamento do cargo. Picciani (à esquerda) e Albertassi (à direita) também se licenciaram - Armando Paiva/Estadão Conteúdo e Daniel Marenco/Agencia O Globo
Paulo Melo (centro) foi o último a pedir afastamento do cargo. Picciani (à esquerda) e Albertassi (à direita) também se licenciaram Imagem: Armando Paiva/Estadão Conteúdo e Daniel Marenco/Agencia O Globo

Constança Rezende

No Rio

21/11/2017 10h34

O deputado estadual Paulo Melo (PMDB), investigado na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção, pediu licença do cargo, nesta terça-feira (21), a exemplo do que fizeram os colegas Jorge Picciani (PMDB), então presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), e Edson Albertassi (PMDB), líder do governo.

O trio é alvo da Operação Cadeia Velha, que apura suposto esquema de cobrança e pagamento de propina envolvendo agentes públicos e empresários do setor de transporte.

A informação do pedido de afastamento de Melo foi confirmada pela assessoria de imprensa do parlamentar. Ele ficará fora de suas atividades no Legislativo fluminense até o fim do recesso na Casa, em janeiro.

Picciani foi o primeiro a anunciar a licença, no último domingo (19). A assessoria da Alerj respondeu que ele não receberá remuneração neste período, mas que mantém o foro privilegiado. Picciani disse que iria se dedicar à sua defesa na Justiça no período do afastamento, retornando ao cargo apenas no ano que vem.

Picciani, Albertassi e Paulo Melo foram presos durante a Operação Cadeia Velha, realizada na última quinta-feira (16) pela Polícia Federal e pelo MPF (Ministério Público Federal). Um dia depois, eles foram soltos em votação no plenário da Alerj.

Os deputados são acusados de receber vantagens ilícitas para favorecer empresas do setor de construtoras e concessionárias de transporte público em troca de decisões favoráveis no legislativo fluminense.

O Estado, que vive uma grave crise fiscal, teria deixado de receber R$ 183 bilhões, em decorrência de benefícios fiscais em favor de empresas envolvidas no esquema de corrupção existente desde os anos 90, segundo o MPF.