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38% das cidades estão em risco ou alerta para dengue, zika e chikungunya

Lígia Formenti

Brasília

28/11/2017 17h00

Levantamento coordenado pelo Ministério da Saúde indica que 1.496 cidades brasileiras estão em situação de alerta ou de risco para surto de dengue, zika e chikungunya no próximo verão. Isso representa 38% do total de cidades que fizeram a avaliação, batizada de Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). Nove entre cada 10 municípios que fizeram o levantamento apresentam situação de risco.

Entre capitais, estão em estado de alerta Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória (ES), Recife (PE), Natal (RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São Luis (MA). As capitais Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC) não informaram os dados ao Ministério da Saúde.

Técnicos do Ministério da Saúde afirmam não ser possível fazer uma comparação com o LIRAa do ano anterior, em virtude do aumento expressivo das cidades participantes. Ano passado, fizeram o LIRAa 2.282 cidades. Desta vez, foram 3.946, um aumento de 73%.

O armazenamento de água em toneis e barris foi o principal tipo de criadouro de mosquito Aedes aegypti nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. No Norte e Sul o maior número de criadouros foi encontrado em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção. Na região Sudeste predominou os depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água e pratos.

Até 11 de novembro de 2017, foram notificados 239.076 casos prováveis de dengue em todo o país, uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016. Na mesma data, haviam sido registrados 184.458 casos prováveis de febre chikungunya, também uma redução de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A zika também registrou este ano uma queda expressiva de número de casos. Foram 16.870 casos prováveis 92,1% em relação a 2016 (214.126).

Aedes aegypti

Estados castigados pela epidemia de zika em 2016 e que tiveram altos números de crianças com microcefalia este ano têm um alto índice de criadouros de Aedes aegypti, o mosquito transmissor de dengue, da chikungunya e da zika.

Das cidades analisadas em Pernambuco, por exemplo, 71,74% apresentaram situação de risco e alerta (respectivamente 47,83% e 23,91%) para a doença.

Na Paraíba, a situação é ainda mais grave. Das cidades analisadas, 50,67% apresentaram níveis de criadouros que indicam estado de alerta e 24,22% em situação de risco.

No Estado de São Paulo, 65 cidades estão em estado de alerta. Nenhuma das avaliadas está em situação de risco. No Rio, 21 cidades estão em situação de risco.