'Praia' de SP pode ser fechada
Os inquéritos foram abertos ainda no primeiro semestre para apurar denúncias de eventual dano ao patrimônio histórico e poluição sonora. A área é rodeada por edifícios residenciais e casas. Moradores que se diziam, no início, simpáticos à ideia da praia registraram nos últimos seis meses pelo menos três boletins de ocorrência, oficializaram 40 queixas por poluição sonora no Programa Silêncio Urbano (PSIU), da Prefeitura, chamaram a polícia e acionaram o MPE. Há 20 dias, criaram abaixo-assinado pedindo respeito a horários de funcionamento, níveis sonoros e regras de consumo de alimentos e bebidas.
Ao lado da praia, funciona um estacionamento. O acesso para carros e pedestres é feito pela Rua Doutor Alfredo Ellis, paralela à Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Os muros, a escadaria e a área verde do terreno são tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) desde 2002. Ali, o piso foi trocado por areia de praia e o lugar se propunha a ser um espaço de convivência.
Conforme as reclamações começaram a surgir, a "praia" passou a abrir apenas em eventos especiais, com alvarás temporários, segundo a Prefeitura Regional da Sé - que multou a Virgulino Eventos, empresa responsável, em R$ 45 mil em agosto, após evento sem autorização.
Para um morador de 58 anos que preferiu não se identificar, a irregularidade do local é o principal incômodo. "Eles têm tentado obter alvará desde dezembro do ano passado e a Prefeitura nega reiteradamente. Como ainda estão funcionando?", indaga ele, que há 13 anos mora em um edifício na frente do terreno.
Segundo o morador, perturbam ainda eventos com música ao vivo ou DJs que "ultrapassam os 50 decibéis possíveis para a área" e ainda a ocupação em uma área tombada. "Eles alteraram o solo, usando tanques de areia e fogueiras, mas a área verde é tombada e protegida", diz.
Famílias que moram em prédios próximos passaram a se queixar de que o local começou a anunciar a realização de feiras orgânicas e de animais e bazares associados a shows, DJs e raves com música em volume alto que perturba a vizinhança. Segundo moradores da região ouvidos pelo Estado, o momento crítico teve início em junho, durante as festas juninas. Os eventos do primeiro semestre mobilizaram a comunidade.
Os inquéritos foram abertos após representações da Associação de Moradores do Alto da Bela Vista (Amabev) e de condomínios da região.
Conservadores
Murilo Soutos Abrantes, um dos sócios da Virgulino Eventos, afirma que, embora muitos moradores sejam favoráveis às festas e à convivência proporcionada pela praia urbana, a empresa vem enfrentando a oposição de pessoas "conservadoras". "Existem esses inquéritos e contratamos um advogado para nos ajudar nisso. Nosso interesse é ficar regular. Buscamos a regularização na Prefeitura Regional, mas os processos são muito demorados."
Prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak diz que o local já está interditado administrativamente e, diante da notícia de realização de mais um evento, em dezembro, vai emparedá-lo. A EEE Empreendimentos, dona do terreno, não quis se manifestar.
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