Padilha também nega que intervenção no Rio tenha caráter eleitoral
Segundo Padilha, uma atuação "mais objetiva e profunda" no Rio era uma necessidade. "Coube às luzes e as câmeras do carnaval mostrar (a violência), mas aquilo é o dia a dia", afirmou. O ministro destacou ainda que foi uma demanda do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que admitiu que precisava de reforço. "Nós vimos o que estava acontecendo no Rio. E isso tinha que ser combatido", completou.
Na segunda-feira, após anunciar as 15 medidas prioritárias do governo, Padilha rechaçou a possibilidade de a decisão do presidente de decretar a intervenção tenha sido feita às pressas. "A intervenção no Rio de Janeiro foi muito bem pensada", disse.
Na ocasião, o ministro reconheceu que o presidente vai usar a bandeira da segurança publica como seu legado nas eleições e que o anúncio da criação do Ministério Extraordinário da Segurança mostra isso. "O tema será sim uma marca do presidente Temer", destacou.
Porta-voz
Um pouco antes da fala de Padilha, o porta-voz do presidente, Alexandre Parola, fez um pronunciamento para reforçar que a decisão não teve viés eleitoral. "A agenda eleitoral não é, nem nunca o será, causa das ações do presidente", disse.
A declaração foi vista como uma resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em entrevista à rádio Itatiaia, afirmou que a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro é uma "pirotecnia" criada pelo governo tentar reeleger Temer e que o emedebista estaria buscando uma nova bandeira, após as dificuldades de aprovar a previdência. "Acho que o Temer está encontrando um jeito de ser candidato à Presidência da República. E acho que ele achou que a segurança pública pode ser uma coisa muito importante para ele pegar um nicho de eleitores do Bolsonaro", afirmou Lula.
O porta-voz rebateu as declarações e afirmou que "toda e qualquer decisão de governo é regida exclusivamente pelas reais necessidades de encontrar soluções para os problemas do povo brasileiro". "O presidente da República não se influenciou por nenhum outro fator, a não ser atender a uma demanda da sociedade. É essa a única lógica que motivou a intervenção federal na área de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro", completou o porta-voz.
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