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Barroso: o senhor (Gilmar) é a mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia

Amanda Pupo, Breno Pires e Téo Cury

Brasília

21/03/2018 16h49

Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso protagonizaram um intenso bate-boca no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em sessão que deveria votar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade sobre doações ocultas de campanha eleitoral.

No meio de seu voto, o ministro Gilmar Mendes - que já havia criticado o que considerou uma protelação da ministra Cármen Lúcia em relação à tramitação do pedido de habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - recomeçou a repreender atitudes de ministros da Corte. Mencionou a votação em que a Primeira Turma do STF decidiu que não é crime a interrupção da gravidez até o terceiro mês de gestação, que teve a relatoria de Barroso.

"Ah, agora vou dar uma de esperto e vou conseguir a decisão do aborto". De preferência na turma com três ministros, aí fazemos um dois a um", disse Gilmar.

Barroso, então, interrompeu Gilmar e afirmou que o ministro é "uma pessoa horrível". "Me deixe de fora desse seu mau sentimento. Você é uma pessoa horrível. Isso não tem nada a ver o que está sendo julgado", disse Barroso.

O ministro continuou: "A vida para vossa excelência é ofender as pessoas. Vossa excelência é uma desonra para todos nós. Vossa excelência desmoraliza o tribunal. Já ofendeu a presidente (Cármen Lúcia), ofendeu o ministro Fux, e agora me ofende.

O senhor é a mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia", disse Barroso.

A presidente Cármen Lúcia anuncia a suspensão da sessão em meio ao bate-boca e o ministro Gilmar Mendes pede para continuar seu voto. A ministra Cármen repete que a sessão está suspensa e Gilmar ainda rebate, referindo-se a Barroso:

"O senhor deveria fechar seu escritório de advocacia!"

Diante da insistência dos ministros, a presidente Cármen Lúcia corta o som dos microfones e a sessão é, finalmente suspensa. Durante o intervalo, os ministros Edson Fachin, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Roberto Barroso, Alexandre Moraes e Marco Aurélio ficaram em conversa no plenário.