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Efeito prático de delação é objeto de discussão

Amanda Pupo, Fabio Serapião e Breno Pires

Brasília

07/07/2018 11h15

Os efeitos práticos da delação dos 77 executivos da Odebrecht foram objeto de discussão nos recentes arquivamentos de inquéritos decididos por ministros do Supremo Tribunal Federal. Em ao menos três inquéritos a Polícia Federal relatava pendência de perícia nos sistemas Drousys e MyWebDay e pedia a prorrogação das investigações. Mas, contrariando a Procuradoria-Geral da República e a PF, os ministros da Corte minimizaram os efeitos que a análise poderia trazer e engavetaram as investigações.

Como mostrou o jornal "O Estado de S. Paulo" em abril, em pelo menos 32 inquéritos abertos com base nas delações da Odebrecht, investigadores aguardavam a perícia nos "sistemas de propina" da empreiteira. Decisão do ministro Edson Fachin, revelada pelo jornal, deu aval para as perícias e foi vista como capaz de destravar o andamento de alguns casos.

Para investigadores, as decisões dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes reprimem essa expectativa e representam um golpe no acordo da Odebrecht. Um ministro ouvido reservadamente disse que planilhas, por si só, não são provas. O entendimento pode afetar outros inquéritos abertos com base na delação da empreiteira, especialmente os que têm as planilhas da Odebrecht como principal elemento de prova. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.