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Marun diz que houve uma "situação esdrúxula" em torno da soltura de Lula

22.fev.2018 - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB) - WALTERSON ROSA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
22.fev.2018 - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB) Imagem: WALTERSON ROSA/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Tânia Monteiro

09/07/2018 21h54

O ministro-chefe da secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que no domingo (8) houve "uma situação esdrúxula" e que ficou perplexo com a guerra de decisões da Justiça em relação à tentativa do desembargador de plantão no Tribunal Regional Federal (TRF-4), Rogério Favreto, de libertar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"Penso que, se continuar essa liberdade criativa na interpretação da lei, vamos ver ainda muitos momentos difíceis e quase trágicos como o de ontem", declarou Marun nesta segunda-feira (9), esclarecendo que falava como advogado e cidadão porque o governo "não tem posição, pois esta questão afeta ao Poder Judiciário".

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O petista continua preso e condenado a 12 anos e um mês de prisão. O presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, impediu a soltura.

Segundo Marun, "quando começa-se a relativizar a necessidade do estrito cumprimento da lei, na tomada de decisões judiciais, começa-se a abrir espaço para situações esdrúxulas como aquela que vivemos".

Ao comentar a decisão e falar sobre outros casos de descumprimento da lei, Marun fez um paralelo em relação à decisão de um juiz de Niterói que concedeu liminar impedindo a posse da deputada Cristiane Brasil, filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, e também citou o fato de terem quebrado o sigilo bancário do presidente Michel Temer.

"E aí, nos deparamos com essa situação esdrúxula, de um juiz-desembargador-plantonista desconsiderar praticamente uma decisão colegiada, desconsiderar posição do relator, desconsiderar posições óbvias e dar guarida a um pedido de habeas corpus", disse ele.

"Por isso, eu defendo choque de legalidade. A saída passa pelo mais absoluto respeito à lei, tanto pelos que têm de cumpri-la e pelos que têm de fazê-la cumprir. Não vejo outro caminho", desabafou.