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Jungmann elogia GLO em Roraima antes de decreto ser oficializado

Fábio Grellet

Rio de Janeiro

28/08/2018 20h20

Em entrevista coletiva concedida antes que o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em Roraima fosse oficializado pelo governo federal, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, elogiou a medida, classificada como "absolutamente adequada". Ele foi questionado sobre a GLO durante uma entrevista coletiva concedida no Rio de Janeiro para divulgar uma parceria com o IBGE.

"Considero que essa medida do presidente Temer é absolutamente adequada. Eu fui lá e me dirigi à governadora (Suely Campos, do PP): 'Se a senhora não tem condições de manter a ordem, o presidente da República está à disposição para convocar as Forças Armadas'. Como ela não se mobilizou, o presidente da República decidiu tomar a medida unilateralmente. Com a GLO, a segurança pública passa ao controle das Forças Armadas. Não é intervenção", afirmou o ministro, que disse não saber ainda o número de militares que seriam deslocados para Roraima.

"O Ministério Público Estadual pediu intervenção no Estado por conta da situação do sistema prisional, e até a Justiça não está conseguindo funcionar, porque o crime organizado controla o sistema penitenciário e não está permitindo a identificação daqueles que precisam ir para audiências. Tudo isso gera um quadro de tensão, tanto para quem chega como para quem reside no país", continuou Jungmann.

O ministro analisou também o problema causado pela entrada, por Roraima, de refugiados venezuelanos no Brasil. "A questão ali se dá entre dois fluxos: o fluxo de venezuelanos que entram no Brasil e o fluxo de interiorização. Se o número de migrantes for muito maior que a interiorização e a capacidade dos abrigos, você começa a ter venezuelanos nas ruas, e isso gera tensão e possibilidade de conflitos", afirmou.

"O Brasil recebe com muita dignidade, mas a situação daqueles que não conseguem ser abrigados é muito precária. Num momento eleitoral, há uma politização de uma tragédia humanitária que nunca poderia ser objeto de uma disputa política. Se o problema é xis, e a disputa eleitoral começa a propagar que o problema é 5 xis, 8 xis, isso acirra os ânimos e não deveria acontecer. Por isso, acho que é absolutamente adequado que se tenha o uso das Forças Armadas", completou Jungmann.