Professores e alunos fazem ato contra retirada de bandeira antifascista da UFF
Acompanhados por policiais militares, fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estiveram na faculdade na noite da última terça-feira, 23, de onde retiraram uma bandeira contra o fascismo, alegando que se tratava de propaganda política irregular. A bandeira, hasteada na fachada do prédio, trazia apenas as inscrições "Direito UFF" e "antifascismo" sobre um fundo preto e laranja - as cores da associação atlética dos estudantes.
"Houve uma invasão do prédio da faculdade por parte de meia dúzia de pessoas com o colete da Justiça Eleitoral", afirmou o professor do curso de Direito Enzo Bello, que testemunhou toda a ação. "Eles não apresentaram carteira funcional, não se identificaram com nenhuma matrícula. Disseram que tinham uma decisão judicial, mas não apresentaram nada, e disseram ainda que tinham um 'mandado verbal' para entrar no prédio."
Ainda segundo o relato do professor, eles percorreram as dependências da escola, tirando várias fotos e chegaram a interromper uma aula de direito processual do trabalho, perguntando à professora sobre o que ela estava falando. A sala do Centro Acadêmico também foi revirada, segundo Bello, em busca de material de campanha eleitoral.
"A luta contra o fascismo acontece desde os anos 40 de maneira permanente", lembrou o professor. "Assim como o combate ao autoritarismo, a defesa dos direitos humanos e do estado democrático de direito, são temas da agenda permanente."
Também na última terça, professores denunciaram supostas irregularidades de fiscais do TRE na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). De acordo com uma professora que não quis se identificar, três fiscais interromperam uma mesa redonda sobre democracia, alegando que se tratava de um ato favorável à candidatura de Fernando Haddad (PT).
Na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) um outro episódio foi registrado no último dia 19. Supostos fiscais do TRE foram até a sala do professor Marcos Pedlowsky, que tem um blog político, alegadamente "em busca de material irregular de propaganda política". Em ofício encaminhado à universidade, no entanto, o TRE negou a operação.
"Estamos instaurando uma sindicância interna para apurar de forma independente o ocorrido e, com base no resultado, dar andamento adequado ao caso, provavelmente com a denúncia formal dessa ação criminosa", afirmou o reitor, Luis Passoni.
O TRE foi procurado, mas até o início da noite desta quarta não tinha se pronunciado sobre os incidentes.
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