Quatro PMs acusados pela morte de Amarildo são absolvidos em segunda instância
Os beneficiados pela 8ª Câmara Criminal do TJ-RJ são os soldados Jairo da Conceição Ribas e Fábio Brasil da Rocha da Graça, ambos condenados em primeira instância a dez anos e quatro meses, e as policiais Rachel de Souza Peixoto e Thaís Rodrigues Gusmão, que tinham penas de nove anos e quatro meses.
Nenhum deles era acusado de participar da tortura que resultou na morte do ajudante de pedreiro. Ribas e Rocha eram acusados pelo Ministério Público de levar Amarildo até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), onde o ajudante de pedreiro foi torturado.
Os dois também teriam feito a segurança em torno da unidade, enquanto Amarildo era ouvido (e torturado, conforme se concluiu depois). Rachel e Thaís foram acusadas de fazer a segurança em torno da UPP, junto com Ribas e Rocha.
O advogado da família de Amarildo, João Tancredo, não contestou a absolvição. "Eles não estavam (dentro da UPP) no momento do fato. Expliquei para os familiares essa questão. Procuramos justiça. Então, o resultado do julgamento foi correto", afirmou o advogado ao jornal O Dia.
A 8ª Câmara Criminal do TJ-RJ também analisou recursos dos outros oito condenados, mas manteve as punições - a única alteração referente a esse grupo foi a redução da pena do tenente Luiz Felipe Medeiros, que à época do crime era subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. Ele foi absolvido do crime de fraude processual, mas continua preso pelos demais crimes. O grupo foi condenado por sequestro, tortura, morte e ocultação do cadáver de Amarildo.
Foram totalmente negados os recursos do major Edson Santos, então comandante da UPP da Rocinha, condenado a 13 anos de prisão; dos soldados Felipe Maia Queiroz, Wellington Tavares da Silva, Anderson César Soares Maia, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Marlon Campos Reis, cada um condenado a dez anos e quatro meses de prisão, e de Douglas Roberto Vital Machado punido com mais de 11 anos de prisão.
O crime
O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, então com 43 anos, desapareceu entre os dias 13 e 14 de julho de 2013, após ter sido detido por policiais militares e conduzido da porta de sua casa, na favela da Rocinha para a sede da UPP do bairro.
Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, ele foi torturado e morto por policiais.
Seu corpo nunca foi encontrado.
Vinte e cinco policiais foram processados. Um deles morreu antes da decisão, e 12 foram condenados.
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