Prevenção contra coronavírus vem com cuidados básicos, diz especialista
O que é importante que as pessoas saibam sobre o novo coronavírus?
Esse coronavírus é um vírus que está se manifestando do ponto de vista respiratório, em um quadro que pode ser inicialmente indolente, mas pode se desenvolver de forma muito grave, com insuficiência respiratória e óbito. É um vírus novo do ponto de vista das manifestações clínicas. Por enquanto, está restrito principalmente à China, mas como todos os vírus, ele pode ser transmitido de pessoa para pessoa, por contato respiratório ou contato por mucosa.
Qual o risco real do coronavírus para o Brasil?
O risco para o Brasil é o mesmo de todos os outros países, porque a mobilidade das pessoas hoje é grande de um país para outro, por conta das viagens internacionais e intercontinentais. É possível que o vírus assuma proporções pandêmicas, mas ainda não é o caso. Até esta manhã (de quinta-feira, dia 23), a Organização Mundial de Saúde avaliava se vai emitir uma nota de risco de pandemia.
O que as pessoas já podem fazer para se prevenir do coronavírus?
Sim, já há que se prevenir. O risco principal é de contato, ou por meio de uma viagem à região endêmica, ou por contato com uma pessoa que esteve nessa região endêmica e que manifesta sintomas e sinais respiratórios. A precaução é aquela que deve ser feita de forma generalizada para qualquer infecção respiratória viral. A gente pode tomar como exemplo os quadros gripais. Lavar bem as mãos, não levar a mão aos olhos e à boca sem lavá-la, e tomar cuidado com as secreções respiratórias. Quando tossir, levar o antebraço à boca para reter as gotículas e depois lavar bem as mãos.
De que forma as entidades médicas brasileiras podem contribuir nesse momento contra o coronavírus?
O grande papel das sociedades médicas e das comissões, notadamente a comissão da SBPT que eu coordeno, é fornecer orientações tanto para a população quanto para os meios de comunicação. As informações vão se atualizando de forma muito rápida. Qualquer manifestação que a gente faça tem de ser avaliada à luz da modificação do quadro epidemiológico, que no caso de vírus pode ser muito rápida. As pessoas têm de se manter informadas e os médicos, principalmente aqueles que atendem em unidades de pronto atendimento, têm de estar preparados para o diagnóstico e para o manuseio dessa condição se ela ocorrer no nosso País.
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