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Eduardo Bolsonaro questiona lisura de depoimento de Moro na PF em Curitiba

Dep. Eduardo Bolsonaro durante Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional realizada na Câmara dos Deputados, em setembro de 2019 - Mateus Bonomi/AGIF
Dep. Eduardo Bolsonaro durante Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional realizada na Câmara dos Deputados, em setembro de 2019 Imagem: Mateus Bonomi/AGIF

Fausto Macedo e Paulo Roberto Netto

São Paulo

02/05/2020 14h58

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou neste sábado, 2, que 'delegados indicados' por Disney Rosseti, chefe interino da Polícia Federal, ouvirão o ex-ministro Sérgio Moro em Curitiba para evitar que o ex-juiz preste depoimento para a equipe do futuro diretor-geral da corporação.

O deputado, contudo, não menciona o fato de que foi a decisão do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal e relator do caso, que deu ordens à Polícia Federal, através do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Combate ao Crime Organização, para colher o depoimento de Moro.

Por conta disso, a PF não escolheu os delegados para a oitiva.

O ministro também deu prazo rigoroso de cinco dias para a realização do depoimento. Portanto, ele deveria ser conduzido até a próxima segunda, 4. Desde a liminar que barrou Alexandre Ramagem na chefia da PF, o Planalto não apresentou outro nome para ocupar a cadeira de diretor-geral da corporação, que recai interinamente para o delegado Disney Rosseti.

Disney Rosseti é o número dois de Maurício Valeixo e, por conta disso, assumiu interinamente a direção-geral da PF até novo nome ser indicado pelo governo Bolsonaro.

O depoimento será realizado em Curitiba por ser onde Moro reside desde que deixou o governo federal, na semana passada.

Ataques

Horas antes do depoimento de Moro, o presidente utilizou suas contas nas redes sociais chamou o ex-ministro de 'Judas' ao divulgar vídeo em que uma pessoa não identificada diz ter ouvido vozes de outras pessoas que falariam com Adélio no momento do crime - mesmo com dois inquéritos da Polícia Federal, um deles já concluído, apontarem que o esfaqueador agiu sozinho.

Durante a manhã deste sábado, 2, ao deixar o Palácio do Alvorada, o presidente não quis falar com a imprensa, mas disse a apoiadores que não será alvo de nenhum 'golpe' em seu governo."Ninguém vai fazer nada ao arrepio da Constituição. Ninguém vai querer dar o golpe para cima de mim, não", disse.