'Esperamos a partir de hoje propostas para organizar contas públicas', diz Maia
"Não sou candidato à reeleição (Câmara), o que o Brasil deveria estar vendo neste momento não é eleição nem na Câmara nem no Senado, era a agenda do Congresso Nacional que esperamos que, a partir de hoje à noite, com as urnas fechadas, o governo apresente quais são as suas propostas para organizar as contas públicas brasileiras", disse Maia, após votar em uma escola da Barra da Tijuca.
Ele afirmou que não entende porque o governo quis antecipar a discussão sobre as eleições para o Congresso Nacional em um momento em que o Brasil está à beira de uma grave crise. Ele disse ainda que o País precisa acelerar reformas e projetos. "A gente está esperando isso desde antes do primeiro turno. Infelizmente o governo foi deixar isso para depois do segundo turno e o nosso temos tempo é curto, e há problemas graves a serem enfrentados e resolvidos", explicou.
Segundo ele, não apenas o crescimento do endividamento preocupa, mas o déficit público e a necessidade de aprovação do Orçamento dentro do teto de gastos. "Então eu acho que antes da eleição para Câmara e Senado tem um número importante de projetos e emendas constitucionais, projetos que precisam ser aprovados e isso devia ser prioridade para todos".
De acordo com Maia, a antecipação dessa discussão tem gerado mais conflitos do que soluções. "Não entendi porque o governo decidiu antecipar esse processo político, e cada vez que o governo antecipa o processo político atrapalha a própria pauta do governo dentro do Congresso Nacional", avaliou.
Maia não quis comentar se concorrerá à reeleição para a presidência da Câmara se o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar favorável essa possibilidade. "A Constituição não permite que eu seja candidato... O julgamento do Supremo não sou eu que decido, eu não trabalho por hipóteses", afirmou.
Perguntado se poderia concorrer em 2022 à Presidência da República, Maia desconversou. "Estou mais preocupado para organizar as contas públicas para o Brasil sobreviver em 2021", disse.
"Se nós não organizarmos as contas públicas e aprovamos projetos dando maior segurança jurídica para o investimento, 2021 vai ser um ano muito ruim para a sociedade, com pressão nos juros, no câmbio e volta da recessão", disse, informando que as votações deste ano terão de se estender até janeiro do ano que vem.
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