Agentes da PRF se irritam com operações e veem uso político da entidade
Eduardo Gayer
São Paulo
30/10/2022 14h25Atualizada em 31/10/2022 04h14
As operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que descumprem decisão judicial e promovem blitze neste dia de eleições deflagraram nova crise interna na corporação.
Três importantes lideranças da PRF ouvidas sob reserva pelo Broadcast Político relataram perplexidade com o episódio e veem uso político da entidade pelo diretor-geral Silvinei Vasques para ajudar eleitoralmente o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição.
De acordo com uma das fontes, o clima é tenso e uma reação formal de agentes, por meio de nota de repúdio, é considerada nos bastidores.
"A PRF é uma polícia de Estado, não de governo. O que está acontecendo hoje é coisa de polícia de governo, declarou um líder policial rodoviário, que fala em "ousadia" de Vasques, que declarou voto em Bolsonaro.
Embora o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tenha vetado operações da PRF neste domingo para garantir o fluxo de eleitores, blitze são registradas especialmente no Nordeste, onde o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, mostra força eleitoral.
A coligação de Lula acionou o TSE contra as operações e o ministro Alexandre de Moraes, presidente da Corte, determinou o fim imediato das atividades.
O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi procurado para comentar a insatisfação da categoria, mas não retornou aos contatos.