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MPF-PA se alia à Operação Curupira, alvo de grupo ligado a crimes ambientais

A força-tarefa está no oeste paraense coibindo ilícitos ambientais - 15.fev.2023 - Marcelo Seabra / Ag. Pará
A força-tarefa está no oeste paraense coibindo ilícitos ambientais Imagem: 15.fev.2023 - Marcelo Seabra / Ag. Pará

Pepita Ortega

Em São Paulo

28/02/2023 17h43Atualizada em 28/02/2023 20h04

O MPF (Ministério Público Federal) decidiu 'acompanhar e apoiar' a Operação Curupira, de combate ao desmatamento e outros crimes ambientais no sudeste do Pará, após tentativa de articulação para expulsão da força-tarefa que fiscaliza a área.

Como mostrou o Estadão, áudios atribuídos a lideranças locais convocaram a 'população de bem' para um evento contrário à ofensiva, chegando a classificar as ações da Curupira como 'atos terroristas'.

O contra ataque à operação incluiu o anúncio da participação de políticos como o senador Zequinha Marinho (PL-PA), do deputado federal Caveira (PL-PA) e do deputado estadual Toni Cunha. Um áudio em que a 'audiência pública' é anunciada com a presença dos parlamentares alega que o 'pessoal da fiscalização' está 'tocando o terror' nas regiões.

A Procuradoria no Pará diz que vai ajudar na 'identificação de áreas de garimpo ilegal e trocar informações com outras instituições para garantir a eficiência das investigações e para responsabilizar autores de ilegalidades, incluindo eventuais tentativas de barrar os trabalhos de fiscalização'.

A avaliação da Procuradoria é que, apesar de a ofensiva se concentrar em Unidade de Conservação Estadual e ser de iniciativa do governo do Pará, 'indícios de exploração indevida de matéria prima pertencente à União denota possível competência federal'.

"Por isso, é necessário o acompanhamento das operações pelo Ministério Público Federal", sustentam os procuradores. A Operação Curupira foi anunciada pelo governo do Pará no último dia 15. A ofensiva tem base permanente - uma unidade instalada entre os municípios de São Félix e Altamira, na Área de Preservação Ambiental Triunfo do Xingu.

Segundo o governo estadual, a Curupira visa combater desmatamento ilegal, exploração ilegal de recursos naturais, degradação ambiental e incêndios florestais. A ação ainda tem previsão de ser estendida para os municípios de Uruará e Novo Progresso, com a implantação de mais duas novas bases fixas.

As fiscalizações são executadas por agentes das Polícias Militar, Civil e Científica, do Corpo de Bombeiros Militar, além de servidores das Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, da Fazenda e da Agência de Defesa Agropecuária do Pará.