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Funai pede desculpas por nota do governo Bolsonaro sobre Bruno e Dom

Protestos pediam justiça após assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira - Nelson Almeida/AFP
Protestos pediam justiça após assassinatos de Dom Phillips e Bruno Pereira Imagem: Nelson Almeida/AFP

Do UOL, em São Paulo

28/02/2023 14h04Atualizada em 28/02/2023 14h12

A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) pediu desculpas às famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips pelo teor da nota publicada sobre o caso durante o governo Bolsonaro.

O indigenista e o jornalista inglês foram assassinados no Vale do Javari, na Amazônia, em junho de 2022.

O que dizia a nota publicada pela Funai em 2022?

"Capítulo lamentável", diz Funai ao se retratar

Na nova nota, a Funai alega que:

  • O trabalho da Univaja na busca por Bruno e Dom foi essencial para que o crime fosse descoberto e denunciado
  • A organização é "fundamental para a proteção e promoção dos direitos indígenas na região do Vale do Javari"
  • Bruno foi "um indigenista dedicado, de seriedade e compromisso amplamente reconhecidos, que sofreu perseguição dentro do órgão que deveria protegê-lo e foi exonerado de suas funções por incomodar criminosos"
  • Dom foi um "jornalista que devotava seu trabalho à proteção da Amazônia e de seus povos e também pagou com a vida por essa dedicação"

Os nomes deles foram insultados por autoridades públicas no momento mais difícil da vida de suas famílias e é dever do Estado brasileiro reconhecer a violência difamatória que sofreram, se desculpar com seus familiares e nunca mais permitir a repetição de atos dessa natureza."
Nota da Funai

A Funai aproveitou a nota para prestar homenagens a Maxciel Pereira, indigenista também assassinado no Vale do Javari em 2019.

Autoridades e viúvas de vítimas voltam ao Javari

Ontem, líderes da Univaja, autoridades políticas e as viúvas de Bruno e Dom voltaram a Atalaia do Norte, no Amazonas, pela primeira vez desde o assassinato.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, afirmou que levaria ao presidente Lula (PT) as demandas dos povos da região por segurança, uma vez que eles seguem sendo alvos de ameaças de morte.