Topo

Esse conteúdo é antigo

MPF pede que investigação sobre PCC contra Moro seja remetida à Justiça de SP

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) - Arquivo - Pedro França/Agência Senado
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) Imagem: Arquivo - Pedro França/Agência Senado

Pepita Ortega

Em São Paulo

29/03/2023 15h27Atualizada em 29/03/2023 17h52

O Ministério Público Federal pediu à juíza Gabriela Hardt, da 9.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, que a Operação Sequaz - investigação que desmontou uma célula do PCC que planejava sequestrar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e sua família -, seja deslocada da Justiça Federal na capital paranaense para a Justiça de São Paulo, a fim de 'processar os crimes estaduais remanescentes'.

A medida é citada em requerimento assinado nesta terça-feira, 28, pelo procurador da República José Soares. Ele pediu que as cautelares impostas na Operação Sequaz, desencadeada na última quarta-feira, 22, sejam mantidas até que o juízo estadual paulista que eventualmente receber os autos do inquérito decida se elas devem prevalecer - prorrogando prisões ou soltando os investigados capturados pela Polícia Federal.

O parecer do procurador do Ministério Público Federal no Paraná foi encaminhado à Gabriela Hardt que decretou as prisões da Operação Sequaz. Ao todo, Gabriela mandou prender nove suspeitos. Duas mulheres ligadas à facção foram soltas porque têm filhos menores de 12 anos. De outro lado, Gabriela prorrogou a custódia cautelar de Valter Lima Nascimento, o 'Guinho', e Reginaldo Oliveira de Sousa, o 'Re', por mais cinco dias.

No documento enviado à 9ª Vara Federal Criminal de Curitiba, o procurador sustenta que quando a juíza autorizou a interceptação telefônica dos investigados na Sequaz havia ''forte suspeita de que a qualquer momento poderia ocorrer a execução de crime grave com violência contra Moro, em razão do exercício por ele de funções públicas federais'.

Ainda de acordo com José Soares, tal suspeita foi posteriormente confirmada com a quebra do sigilo telemático - de e-mails - dos integrantes do PCC.

Sob esse argumento, o procurador sustenta que a interceptação serve 'precisamente para prova em investigação criminal' - "razão por que são válidas as medidas da interceptação decorrentes".

Como mostrou o Estadão, as suspeitas que culminaram na abertura do inquérito da Operação Sequaz foram levantadas por uma testemunha protegida que já integrou o PCC. A testemunha foi ouvida pelo Ministério Público de São Paulo, relatando informações sobre o plano de sequestro do senador.

O depoimento foi encaminhado à Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF. No dia 4 de fevereiro o Grupo Especial de Investigações Sensíveis (GISE) da Delegacia de Polícia Federal em Cascavel, interior do Paraná, abriu inquérito para apurar a revelação.