Em ato, Lula afaga base e ministros e diz que Padilha tem o trabalho 'mais difícil' do governo

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitou o palanque oferecido pelas centrais sindicais em evento que comemora o Dia do Trabalhador, nesta quarta-feira, 1º de maio, para elogiar o trabalho dos seus ministros e da base do governo no Congresso. Os elogios foram ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, "que tem prestado um trabalho extraordinário", e ao ministro das Relações Institucionais e Alexandre Padilha, que segundo ele, tem o trabalho mais difícil do governo - já tendo recebido fortes críticas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O presidente afirmou também que Deus foi "generoso" consigo.

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, também recebeu elogios, com destaque ao programa Comunica BR. "Ninguém que votou na gente pode dizer que não tem informação", disse Lula.

Os ministros Sílvio Almeida (Direitos Humanos), Cida Gonçalves (Mulheres) e Anielle Franco (Igualdade Racial), assim como o secretário-geral da Presidência, Márcio Macedo, também foram citados pelo presidente da República.

Mesmo destacando que nas últimas eleições houve um porcentual menor de deputados de base eleita, Lula afirmou que está satisfeito com a atuação.

"Nós fizemos alianças no Congresso para governar, e até hoje todos os projetos que enviamos ao Congresso foram aprovados de acordo com o interesse que o governo queria", afirmou o presidente da República.

Crédito

Em fala sobre o desenvolvimento econômico, Lula também defendeu os direitos dos trabalhadores, mas destacou que quem quiser trabalhar "por conta" terá o apoio do governo "com crédito a juro barato".

Imposto de Renda

No evento das centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador, o presidente sancionou o reajuste da tabela do Imposto de Renda. A nova lei altera os valores da tabela progressiva mensal do IR.

Agora, a faixa de isenção foi estendida para quem ganha até dois salários mínimos, R$ 2.824.

O presidente voltou a se comprometer, até o final de seu mandato, a elevar esse valor para R$ 5.000.

Segundo Lula, sua ideia é "despenalizar" a população de baixa renda "e fazer com que o muito rico pague imposto de renda nesse País".

Mesmo assim, o presidente afirmou que "o que é importante" neste momento é destacar o aumento do salário e a diminuição da inflação.

"Hoje eu posso olhar na cara de vocês e dizer que nós vamos fazer um mandato melhor que os outros dois", disse o presidente.

Justificativas para o veto à desoneração em folha

No mesmo evento promovido pelas centrais, Lula justificou o veto à desoneração em folha de 17 setores da economia. "A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha", afirmou.

Cobrando contrapartidas dos setores para oferecer a desoneração, ele voltou a afirmar que "no nosso País não haverá desoneração para favorecer os mais ricos".

O presidente também afirmou que todo o alimento da cesta básica será desonerado e que "não terá imposto de renda sobre comida para o povo trabalhador desse País".

A pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro Cristiano Zanin suspendeu a prorrogação da folha de pagamentos de 17 setores da economia e dos municípios. O Congresso havia derrubado o veto de Lula ao projeto.

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