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Brasileira estava com teste de gravidez no bolso quando foi morta com o marido em Portugal

O taxista Bruno Neto, a esposa dele, a brasileira Fernanda Júlia, foram mortos em Portugal Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do Estadão Conteúdo, em São Paulo

03/10/2024 16h55Atualizada em 04/10/2024 16h02

A brasileira Fernanda Júlia da Silva, de 34 anos, morta a tiros na quarta-feira, 2, com seu marido, o português Bruno Neto, em Lisboa, estava com o teste positivo para gravidez no bolso do casaco quando foi assassinada, segundo um irmão da vítima. O documento foi entregue à mãe dela pela polícia. Eles foram mortos em frente a uma conhecida barbearia de Lisboa por um frequentador do local.

Poucas pessoas da família sabiam que ela estava grávida do terceiro filho, segundo o pedreiro Nilson de Fátima Silva, de 54 anos, irmão de Fernanda por parte de pai. "Eu mesmo não sabia da gravidez, mas também ninguém esperava o que aconteceu. Estamos todos chocados. Doideira de mundo", disse ao Estadão.

No início da tarde de quarta-feira, 2, o casal estava em frente à barbearia de Carlos Pina, de 43 anos, barbeiro conhecido na região do bairro Penha de França, na capital portuguesa. Após uma discussão no interior do estabelecimento, um homem deu vários tiros de pistola. O português Pina, alvo dos disparos, também morreu. O atirador queria furar a fila para cortar o cabelo. O suspeito fugiu e é procurado pela polícia. O crime chocou e revoltou os moradores da região.

Além de Nilson, Fernanda Júlia deixou outros cinco irmãos por parte de pai. "A Marta, mãe dela, que é minha madrasta, também mora em Lisboa. Ela está com as crianças que ficaram órfãs. A Maria, de cinco anos, é filha dela com o Bruno, mas ela já tinha o Miguel, de 9 anos, de outro relacionamento", disse.

Nilson falava por telefone com a mãe de Fernanda quando atendeu a reportagem, também por telefone. "Ela está na polícia, cuidando dos papéis. Ainda não prenderam o assassino", disse.

Ele contou que a irmã está há 18 anos em Portugal, para onde foi na companhia da mãe. "Ela sempre foi muito lutadora e estava bem na vida. O marido era taxista e ela trabalhava como motorista de aplicativo. Nos fins de semana, fazia bolos e salgados para vender. Também trabalhava como manicure e cuidava das duas crianças. É triste perder a vida assim", desabafou.

Nilson lembra que a última vez que viu a irmã no Brasil foi em 2016, quando ela esteve visitando os familiares, em Ipatinga, cidade mineira. "Ela veio com a mãe e trouxe o filho. Depois, a gente continuou se falando por rede social", disse.

O irmão disse que a família está decidindo onde será o sepultamento de Fernanda e Bruno. "A gente queria que ela fosse enterrada no Brasil, mas já vimos que é muito caro para trazer o corpo. Então, como a mãe dela e os filhos vão continuar em Portugal, é possível que o sepultamento seja lá. Assim ela também fica perto do Bruno, que com certeza será enterrado lá", disse.

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