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Acusado conta como matou brasileira na Itália

Em Bréscia (Itália)

17/03/2014 15h35

Foi realizada nesta segunda-feira (17) em Bréscia, na Itália, a segunda audiência do processo contra Claudio Grigoletto, o piloto e empresário acusado pelo homicídio da brasileira Marilia Rodrigues, morta no dia 29 de agosto de 2013 na cidade de Gambara. Chefe e amante da mulher de 29 anos, além de pai da criança que ela esperava, o empresário relatou a sua versão dos fatos em um depoimento de mais de duas horas.

Segundo ele, Marilia foi assassinada após uma discussão sobre o apartamento que os dois estavam procurando. "Marília tinha uma tesoura nas mãos e tentou me atingir na garganta, então eu a peguei por um braço e a derrubei. Ela se chocou contra o batente da porta e começou a perder sangue da cabeça. Suas pernas tremiam, então eu coloquei as mãos no seu pescoço e o apertei", contou Grigoletto, que chorou várias vezes enquanto reconstituía o crime.

"Eu não queria acreditar naquilo que tinha feito, mas eu tinha consciência de tê-la matado. Quando percebi que estava morta, abri o gás da caldeira do escritório. Espalhei amônia e ácido clorídrico pelo corpo, depois peguei alguns jornais e tentei colocar fogo sobre ele", acrescentou o acusado. De acordo com o réu, antes de cometer o crime, ele pensou várias vezes em se suicidar por conta das dificuldades econômicas que enfrentava e porque estava cada vez mais difícil esconder o caso com a brasileira da sua mulher, com quem tem duas crianças.   

Grigoletto também relatou que sabia que a verdade seria descoberta em questão de horas, e que inicialmente negou o crime para aproveitar seus últimos momentos "de felicidade" com os filhos. O corpo de Marilia foi encontrado em agosto do ano passado dentro do escritório da companhia da qual o acusado é um dos sócios, a Alpi Aviation do Brasil. A brasileira estava grávida de cinco meses do italiano. O processo vai continuar no próximo dia 17 de abril, quando deverá ser conhecida a sentença do júri.