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Após 30 anos, desastre de Chernobyl continua atual

25/04/2016 15h53

MOSCOU, 25 ABR (ANSA) - No dia 26 de abril de 1986, o reator número quatro na central da usina nuclear de Chernobyl explodiu provocando o maior desastre nuclear da história. Durante a madrugada daquele dia, uma enorme bola de fogo destruiu o teto do edifício de 500 toneladas e liberou no ar 9 toneladas de partículas radioativas.   

Há 30 anos do acidente na antiga União Soviética, agora Ucrânia, após o terror e a desinformação iniciais, as consequências do desastre ainda existem e são acompanhadas por preocupações.   

"As áreas contaminadas continuarão dessa forma por pelo menos décadas. Existem elementos químicos que resistem por séculos, mas a coisa mais importante é que devemos estar de olho no desenvolvimento das [usinas] nucleares", disse Valery Makarenko, presidente da União Chernobyl, organização com sede em Kiev, na Ucrânia, que ajuda os sobreviventes do desastre.   

"Parece que o mundo ainda não leva a sério as consequências de Chernobyl já que, 25 anos depois, aconteceu a catástrofe de Fukushima", afirmou o ucraniano, que foi o primeiro repórter a cobrir a explosão do reator em 1986.   

Além dos perigos da energia nuclear e dos possíveis acidentes que podem ocorrer em sua decorrência, o jornalista também falou sobre os liquidadores, os operários, bombeiros, militares e voluntários que se ofereceram a apagar o fogo, a conter os danos e estragos da explosão e a construir o "sarcófago", estrutura de cimento armado que tinha como objetivo cobrir o reator e assim conter a radiação liberada no acidente.   

"Dos 350 mil liquidadores ucranianos apenas 120 mil estão vivos.   

Eles pagaram um preço altíssimo [para ajudar] e ainda o pagam", explicou Makarenko, ressaltando que os que não faleceram naquele ano ou até os dias de hoje, continuam sofrendo com as consequências daquela madrugada devido a doenças, principalmente o câncer.   

As vítimas de Chernobyl são difíceis de serem quantificadas e as estimativas variam de alguns milhares a centenas de milhares.   

Além disso, a desinformação oferecida pela União Soviética na época e a falsa promessa de que o desastre não era tão grave também ajudaram no aumento das mortes.   

É o caso de Pripyat, cidade modelo construída para trabalhadores da central localizada a 5 quilômetros da usina. O município que antigamente tinha em torno de 45 mil habitantes, e que agora é fantasma, teve seus moradores evacuados apenas no dia 27 de abril, quando centenas de ônibus levaram as pessoas para locais mais seguros.   

Muitos desses habitantes não entendiam a gravidade do acontecimento e acreditavam que voltariam para suas casas em pouco tempo. Entre eles estava a ucraniana Svetlana Nazarenko, que era engenheira na central. "Não entendíamos que estávamos deixando a cidade para sempre por que nos diziam que era só por três dias", disse ela.   

Seu marido, Petro, que morreu há 16 anos por causa de um tumor, também acreditava que voltaria a trabalhar na usina em breve já que ela "só seria fechada em 2000", contou a ucraniana. (ANSA)
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