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'Guardian' publica carta de parlamentares que apoiam Dilma

29/08/2016 16h01

SÃO PAULO, 29 AGO (ANSA) - A presidente afastada, Dilma Rousseff, estampou os sites dos principais jornais mundiais nesta segunda-feira (29) devido ao seu pronunciamento no Senado contra o processo de impeachment. A mídia internacional destacou a acusação da petista de que há um "golpe" em curso no Brasil e o jornal britânico "The Guardian" publicou uma carta de parlamentares que apoiam a presidente. "Rousseff diz que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil", publicou o espanhol "El Pais", na mesma linha adotada pelo francês "Le Monde" e pelo argentino "Clarín". Já o norte-americano "The New York Times" deu ênfase para a promessa de Dilma de que "não será calada pelo processo de impeachment". A emissora latino-americana "Telesur", por sua vez, publicou que Dilma assegurou, durante todo seu pronunciamento, que não violou a Constituição nem cometeu crimes de responsabilidade fiscal em seu governo. "Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria algum ato que seja contrário aos interesses dos que me elegeram", disse Dilma, citada pela rede de TV. De maneira mais ousada, o jornal britânico "The Guardian" publicou uma carta aberta "condenando a suspensão da presidente Dilma Rousseff". "É completamente errado que alguns poucos parlamentares se coloquem sobre a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros", diz a carta, cujo título é "Suspensão de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil". "O novo governo mostrou suas verdadeiras facetas ao criar um gabinete sem representatividade, somente com homens, lançando políticas neoliberais que ferem milhões de trabalhadores e pessoas de baixa renda. O governo interino não tem mandato para implementar estas políticas", critica o texto. A carta é assinada por mais de 15 parlamentares trabalhistas britânicos, como Richard Burgon, Ruth Cadbury, Lord Martin John O'Neill e Andrew Gwynne. "Nós estamos ao lado dos movimentos sociais e grupos civis da sociedade para condenar esse atentado contra a democracia no Brasil", finaliza o documento. Dilma passou o dia dando declarações no Senado Federal, em uma das últimas etapas de seu processo de impeachment, na qual é acusada de cometer crimes de responsabilidade fiscal, chamados de "pedaladas", nas contas do governo. Desde que foi afastada da Presidência para responder ao processo de impeachment, Dilma acusa a oposição de orquestrar um golpe de Estado e tenta denunciar o "golpe" no exterior. Ela chegou até a mencionar isso, sutilmente, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em abril. (ANSA)
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