Vai para Itália? Saiba como não errar na hora de pedir café
SÃO PAULO, 31 MAR (ANSA) - Por Ana Ferraz. Em casa, em cafeterias e no bar. Independente de onde for, na Itália, tomar café é uma grande tradição, quase um ritual.
Não é a toa que o país é conhecido pelo melhor café do mundo, com dezenas de variações que saem das xicarazinhas e se transformam em até sabor de sorvete, em saborosas sobremesas, como o affogato, e até nas refrescantes granitas para os dias quentes. Mesmo não sendo um grande produtor do grão, devido ao clima, a nação europeia importa a matéria-prima de mais de 50 países, provenientes da "América Central e do Sul, da África e da Ásia, na maioria do tipo arábica", diz o Francesco Tridico, chefe brasileiro convidado da escola de gastronomia italiana CAST Alimenti, de Brescia.
Já segundo o barista Saulo Santos, da cafeteria paulista Octavio Café, o Brasil é um dos principais exportadores do café para a Itália. Além de ainda ser o maior produtor do mundo, o nosso país também tem a reputação de possuir grãos perfeitos para compor blends de espresso, com grãos "doces, encorpados e com notas de chocolate".
Para os italianos, o café já faz parte da cultura, sendo consumido depois das refeições e "al bar", ou seja, "pedir um expresso no balcão da cafeteria e beber em um só gole", comenta Santos, que também ressalta que essa tradição "já está tão enraizada na cultura gastronômica dos italianos quanto o arroz e feijão na mesa do brasileiro".
São nos bares e nas famosas cafeterias, como o Caffè Sant'Eustachio, em Roma, a Ditta Artigianale, em Florença, e o Caffè Vergnano, em Turim, afirma Tridico, onde os italianos e turistas podem pedir as dezenas de possibilidades de café servidos no país, desde o mais conhecido expresso, ao famoso cappuccino, ao delicioso macchiatto e ao alcoólico corretto. O primeiro talvez seja o que mais mereça o nome de "verdadeiro café italiano", já que "originalmente tem um conceito de não só ser extraído rapidamente, como de ser algo 'feito para você', que são os pilares da cultura italiana de consumo de café", afirma Santos.
O barista também explica que, "além disso, a palavra faz referência a como o café é tirado na máquina, 'espremido' pela água, que alcança pressões de até 9 ou 10 vezes a atmosférica durante uma extração de espresso". Já o doppio, conhecido no Brasil como "duplo", são duas doses de expresso em uma mesma xícara, cerca de 60 ml e que geralmente é tomado em dois longos goles. O ristetto é o contrário, tendo entre 15 e 20 ml por dose e sendo considerado mais denso e muitas vezes mais cremoso. No Brasil, esse tipo de café geralmente é conhecido como o "curto".
O caffè latte, parecido com o café com leite ou "pingado" brasileiro consta em uma dose diluída do expresso com ao menos 120 ml de leite, que é despejado depois do café na xícara ou na caneca. Imensamente consumido no nosso país, o cappuccino também é super preparado no país da bota. No entanto, diferentemente daqui, na nação europeia não é adicionado chocolate à bebida. "A receita original vem da Itália e consiste em uma dose de expresso diluída somente em leite, semelhante ao caffe latte; porém ao prepararmos um cappuccino, procuramos colocar o máximo possível da "crema" [creme] do leite vaporizado na bebida, que possui uma textura mais cremosa, aveludada do que o latte", diz o barista. O macchiatto também leva leite em sua composição, mas de maneira diferente dos anteriores. Nesta variação do café, a espuma do leite vaporizado é acrescentada ao expresso, o que dá uma "doçura característica" à bebida. Já para aqueles que gostam de um café mais alcoólico, a opção que se destaca é o corretto. Ao contrário do café irlandês, que leva uma dose de uísque e chantilly por cima e que costuma a ser o mais conhecido do tipo, o corretto é um drink de café tipicamente italiano no qual se adiciona um licor, que geralmente é grappa ou sambuca. Além de contar com dezenas variedades de café, a Itália também é famosa por ter criado as melhores máquinas para se fazer a bebida. A máquina de expresso, por exemplo, é a forma mais tradicional de preparar o café no país. No entanto, como elas costumam ser caras, nas casas, os italianos têm suas próprias cafeteiras, sendo que as mais famosas são as "moka", também originárias da nação. "Ambos os métodos se utilizam do sistema de extração por percolação, no qual a água passa simultaneamente por todo o café, que compactado é chamado na indústria de 'cake', pelo formato de bolo que traz. Pelas duas utilizarem a pressão da água na extração, os resultados são bebidas mais intensas, portanto o café tradicional italiano costuma ser mais 'forte' que no restante do mundo", explica Santos.
E o modo de preparo em si do café é uma das maiores diferenças entre às bebidas italianas e as brasileiras. Na Itália, os tipos de preparo mais comuns são os das máquinas de expresso e das cafeteiras mokas, assim, o café coado, tão consumido no Brasil, acaba não ganhando grande destaque. Outra diferença entre os dois países é que a nossa nação prefere preparar um café com uma quantidade maior na xícara, enquanto a Itália dá mais valor a sua intensidade. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Não é a toa que o país é conhecido pelo melhor café do mundo, com dezenas de variações que saem das xicarazinhas e se transformam em até sabor de sorvete, em saborosas sobremesas, como o affogato, e até nas refrescantes granitas para os dias quentes. Mesmo não sendo um grande produtor do grão, devido ao clima, a nação europeia importa a matéria-prima de mais de 50 países, provenientes da "América Central e do Sul, da África e da Ásia, na maioria do tipo arábica", diz o Francesco Tridico, chefe brasileiro convidado da escola de gastronomia italiana CAST Alimenti, de Brescia.
Já segundo o barista Saulo Santos, da cafeteria paulista Octavio Café, o Brasil é um dos principais exportadores do café para a Itália. Além de ainda ser o maior produtor do mundo, o nosso país também tem a reputação de possuir grãos perfeitos para compor blends de espresso, com grãos "doces, encorpados e com notas de chocolate".
Para os italianos, o café já faz parte da cultura, sendo consumido depois das refeições e "al bar", ou seja, "pedir um expresso no balcão da cafeteria e beber em um só gole", comenta Santos, que também ressalta que essa tradição "já está tão enraizada na cultura gastronômica dos italianos quanto o arroz e feijão na mesa do brasileiro".
São nos bares e nas famosas cafeterias, como o Caffè Sant'Eustachio, em Roma, a Ditta Artigianale, em Florença, e o Caffè Vergnano, em Turim, afirma Tridico, onde os italianos e turistas podem pedir as dezenas de possibilidades de café servidos no país, desde o mais conhecido expresso, ao famoso cappuccino, ao delicioso macchiatto e ao alcoólico corretto. O primeiro talvez seja o que mais mereça o nome de "verdadeiro café italiano", já que "originalmente tem um conceito de não só ser extraído rapidamente, como de ser algo 'feito para você', que são os pilares da cultura italiana de consumo de café", afirma Santos.
O barista também explica que, "além disso, a palavra faz referência a como o café é tirado na máquina, 'espremido' pela água, que alcança pressões de até 9 ou 10 vezes a atmosférica durante uma extração de espresso". Já o doppio, conhecido no Brasil como "duplo", são duas doses de expresso em uma mesma xícara, cerca de 60 ml e que geralmente é tomado em dois longos goles. O ristetto é o contrário, tendo entre 15 e 20 ml por dose e sendo considerado mais denso e muitas vezes mais cremoso. No Brasil, esse tipo de café geralmente é conhecido como o "curto".
O caffè latte, parecido com o café com leite ou "pingado" brasileiro consta em uma dose diluída do expresso com ao menos 120 ml de leite, que é despejado depois do café na xícara ou na caneca. Imensamente consumido no nosso país, o cappuccino também é super preparado no país da bota. No entanto, diferentemente daqui, na nação europeia não é adicionado chocolate à bebida. "A receita original vem da Itália e consiste em uma dose de expresso diluída somente em leite, semelhante ao caffe latte; porém ao prepararmos um cappuccino, procuramos colocar o máximo possível da "crema" [creme] do leite vaporizado na bebida, que possui uma textura mais cremosa, aveludada do que o latte", diz o barista. O macchiatto também leva leite em sua composição, mas de maneira diferente dos anteriores. Nesta variação do café, a espuma do leite vaporizado é acrescentada ao expresso, o que dá uma "doçura característica" à bebida. Já para aqueles que gostam de um café mais alcoólico, a opção que se destaca é o corretto. Ao contrário do café irlandês, que leva uma dose de uísque e chantilly por cima e que costuma a ser o mais conhecido do tipo, o corretto é um drink de café tipicamente italiano no qual se adiciona um licor, que geralmente é grappa ou sambuca. Além de contar com dezenas variedades de café, a Itália também é famosa por ter criado as melhores máquinas para se fazer a bebida. A máquina de expresso, por exemplo, é a forma mais tradicional de preparar o café no país. No entanto, como elas costumam ser caras, nas casas, os italianos têm suas próprias cafeteiras, sendo que as mais famosas são as "moka", também originárias da nação. "Ambos os métodos se utilizam do sistema de extração por percolação, no qual a água passa simultaneamente por todo o café, que compactado é chamado na indústria de 'cake', pelo formato de bolo que traz. Pelas duas utilizarem a pressão da água na extração, os resultados são bebidas mais intensas, portanto o café tradicional italiano costuma ser mais 'forte' que no restante do mundo", explica Santos.
E o modo de preparo em si do café é uma das maiores diferenças entre às bebidas italianas e as brasileiras. Na Itália, os tipos de preparo mais comuns são os das máquinas de expresso e das cafeteiras mokas, assim, o café coado, tão consumido no Brasil, acaba não ganhando grande destaque. Outra diferença entre os dois países é que a nossa nação prefere preparar um café com uma quantidade maior na xícara, enquanto a Itália dá mais valor a sua intensidade. (ANSA)
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