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Sem quórum,Câmara adia leitura de nova denúncia contra Temer

22/09/2017 14h37

SÃO PAULO, 22 SET (ANSA) - A Câmara dos Deputados adiou nesta sexta-feira (22) a leitura da nova denúncia contra o presidente Michel Temer, apresentada pela Procuradoria Geral da República, após não ter presença suficiente de parlamentares para a abertura da sessão de plenário. A leitura é uma formalidade para o processo ter andamento na Casa. A sessão havia sido agendada para iniciar às 9h locais, mas apenas dois parlamentares apareceu e, portanto, a reunião foi cancelada. A Câmara dos Deputados recebeu na noite desta quinta-feira (21) a segunda denúncia contra Temer pelos crimes de obstrução de justiça e organização criminosa, e deve notificar o mandatário em breve.   


O documento, enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, foi entregue para a Secretaria Geral da Mesa da Câmara pouco após às 20h30.   


O envio ocorreu horas após o plenário do STF aprovar, por 10 votos a 1, o andamento da denúncia após um pedido da defesa do presidente de devolver o texto para a Procuradoria-Geral da República.   


Temer é acusado pela PGR dos dois crimes, ao lado de outros membros de seu partido, o PMDB. A denúncia tem como base provas levantadas pelo então procurador-geral Rodrigo Janot e também cita as delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, da empresa JBS.   


O processo político da denúncia será o mesmo que ocorreu com a primeira acusação, por corrupção passiva, e que foi rejeitada pelos deputados. Após a notificação de Temer, a defesa deve apresentar suas alegações. Comissões da Casa analisam todas as partes do processo e emitem um relatório afirmando se é para acatar ou não a denúncia.   


Seja qual for a orientação, o texto segue para o plenário, onde precisa obter no mínimo dois terços dos votos (243, em números) para então seguir para o STF. Se o texto chegar aos ministros, a denúncia é debatida e a maioria dos 11 magistrados precisa aprovar o pedido para que Temer vire réu.   


Caso o processo siga, o mandatário é afastado por 180 dias, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assume a Presidência. O STF precisa tomar um decisão final sobre o caso nesse período de tempo. (ANSA)
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