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Ativista mostra seios em protesto contra voto de Berlusconi

Protesto Femen - Stefano Rellandini/Reuters - Stefano Rellandini/Reuters
Ativista mostra os seios no momento em que o ex-premiê Silvio Berlusconi votava
Imagem: Stefano Rellandini/Reuters

Em Milão

04/03/2018 09h23

O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi foi alvo de um protesto neste domingo (4) enquanto realizava seu voto em Milão nas eleições legislativas do país.   

Uma ativista do movimento feminista Femen subiu na mesa e mostrou os seios gritando "Berlusconi, seu tempo acabou".   

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O líder do partido conservador Força Itália (FI) estava votando quando a mulher, de 25 a 30 anos, protagonizou o ato. Em seu peito estava escrita a palavra "Femen". "Berluconi acabou, seu tempo acabou", entoou a ativista antes de ser retirada do local pela polícia.   

Em 2013, Berlusconi também foi desafiado por três ativistas do Femen da mesma forma.   

As urnas das eleições legislativas da Itália serão fechadas às 23h (horário local) deste domingo. E, logo em seguida, os votos começarão a ser computados. 

Do ostracismo a favorito nas eleições

Aos 81 anos, condenado por fraude fiscal, acusado de corromper testemunhas e inelegível até 2019, o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi está de volta ao centro da política italiana. E mais: após as eleições de 4 de março, pode se tornar o fiador de um novo governo conservador no país.  

Se aproveitando das divisões no Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e do isolacionismo do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), o ex-Cavaliere é o principal pilar da coalizão que lidera as pesquisas para o pleito legislativo do próximo domingo, que também inclui a Liga Norte e o Irmãos da Itália (FDI), ambos de extrema direita.  

Há pouco mais de um ano, quando completou oito décadas de vida, após passar por uma delicada cirurgia no coração, Berlusconi parecia condenado ao ostracismo, mas muita coisa mudou. De lá para cá, o então popular primeiro-ministro Matteo Renzi renunciou; o PD, maior legenda do país, se dividiu; a direita, de moderados a ultranacionalistas, se uniu.  

Foi o próprio Renzi, em setembro de 2016, quem alertou: "Berlusconi não é um homem do passado, eu esperaria para defini-lo assim, ele tem mais vidas que um gato".

O Força Itália (FI), partido de Berlusconi, é apenas o terceiro nas pesquisas, com uma desvantagem considerável para PD e M5S, mas, junto com Liga e FDI, o ex-premier é alavancado para uma confortável primeira posição, ainda que os números não indiquem que a aliança terá maioria no Parlamento.  

Há, contudo, uma incerteza no que diz respeito ao papel de Berlusconi em um eventual governo. Ele não pode ocupar cargos públicos até 2019 e indicou Antonio Tajani, chefe do Parlamento Europeu, para o posto de primeiro-ministro. Fala-se em elegê-lo presidente da República em 2022, quando termina o mandato de Sergio Mattarella, mas até lá muita coisa pode ocorrer. E, no ano que vem, ele estará livre para sonhar com o cargo que já ocupou por quase uma década.