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Jovem marcada com suástica forjou mutilação, diz polícia

25/10/2018 09h36

SÃO PAULO, 25 OUT (ANSA) - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu que a jovem que teve uma suástica nazista marcada no corpo forjou a própria mutilação. A mulher será indiciada por falsa comunicação de crime.   


De acordo com o delegado responsável pelo caso, Paulo César Jardim, a acusação contra a jovem de 19 anos é baseado em depoimentos de lojistas e moradores, e na análise de imagens de ao menos 12 câmeras de segurança que registraram a suposta agressão.   


No entanto, o laudo polícia concluiu que "pode se afirmar com convicção que as lesões produzidas na vítima não são compatíveis com as que seriam esperadas na hipótese de ter havido efetiva resistência da parte dela à ação de um agente agressor".   


Além disso, outra análise que aumentou a suspeita da polícia é que, no exame de corpo de delito feito na jovem, não foi encontrada nenhuma "lesão na face ou nas mãos e nos antebraços", que são características comuns de autodefesa.   


A polícia apurou ainda que a região onde foi feita a "superficial" inscrição é totalmente acessível às mãos da vítima e aparenta que a suástica foi feita com muito "cuidado".   


"Assim que pedimos para ver a lesão, levantamos a suspeição.   


Pela nossa experiência, vimos que não havia corte e era muito simétrico", informou Jardim.   


O delegado informou que "a falta de vontade" da vítima em continuar com o caso também aumentou a desconfiança dos agentes policiais sobre uma suposta agressão, já que ela "não queria prestar depoimento" ou "registrar a ocorrência".   


Por fim, Jardim concluiu que o caso não teve motivações políticas e alegou que a jovem está "doente", além de sofrer de "ataques de pânico e tomar remédios fortíssimos".   


O caso ganhou repercussão por ter acontecido um dia após o primeiro turno das eleições e foi classificado como uma violência política. De acordo com relatos da jovem aos policiais, ela teria sido abordada por três homens e agredida por estar usando uma mochila com adesivos das cores do movimento LGBT e a inscrição "ele não", em alusão ao candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro.   


A vítima relatou que, após ter sido agredida e ofendida pelos supostos agressores, foi marcada na região da barriga com a suástica, adotado como logotipo do Partido Nazista de Adolf Hitler e fortemente ligado ao nazismo.(ANSA)
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