Exército da Etiópia acusa diretor da OMS de apoiar rebeldes
![Chefe do Estado-Maior do Exército da Etiópia acusa o diretor-geral da OMS , Tedros Adhanom (foto), de apoiar forças de Tigré em conflito - Reuters](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/8d/2020/07/27/diretor-geral-da-oms-tedros-adhanom-ghebreyesus-durante-entrevista-coletiva-em-genebra-1595847659435_v2_450x450.jpg)
O chefe do Estado-Maior do Exército da Etiópia, Berhanu Jula, acusou hoje o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, de apoiar as forças de Tigré no conflito contra o governo federal.
Adhanom é etíope da etnia tigré, povo majoritário na região que se rebelou contra o primeiro-ministro Abiy Ahmed, vencedor do Nobel da Paz em 2019. Além disso, o diretor da OMS foi ministro da Saúde e das Relações Exteriores durante governos apoiados pela Frente de Libertação do Povo de Tigré (TPLF) na Etiópia.
Em coletiva de imprensa, Jula afirmou que Adhanom é "parte daquela equipe", em referência à TPLF, e trabalhou para "obter armas" para o partido. "O que vocês esperam dele? Nós não esperamos que se posicione ao lado do povo etíope para condená-los", declarou o chefe do Exército.
Situado no norte da Etiópia, Tigré é alvo de uma ofensiva militar das tropas federais desde 4 de novembro, após milícias tigrinas terem atacado um quartel militar em Macallé, capital da região, que é governada pelo TPLF.
O partido foi dominante na política etíope durante décadas, embora sua etnia corresponda a apenas 6% da população nacional, mas diz ter sido expurgado do governo federal após a ascensão de Ahmed, em 2018.
A TPLF também é contra o acordo de paz com a Eritreia (que rendeu o Nobel ao premiê), chegando inclusive a ter lançado foguetes contra o aeroporto de Asmara, capital do país vizinho, no último fim de semana.
Além disso, protesta contra o adiamento das eleições gerais de agosto devido à pandemia de coronavírus e realizou um pleito regional à revelia de Adis Abeba, que não reconhece seu resultado.
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