Vacina da Oxford: Brasil e África do Sul pagam 2,5 vezes mais que europeus
A África do Sul e o Brasil vão pagar 2,5 vezes mais que os países europeus pela vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela multinacional anglo-sueca AstraZeneca.
O Departamento de Saúde do país africano confirmou à agência AFP nesta quinta-feira (21) que o custo será de US$ 5,25 por dose e que foram encomendadas 1,5 milhão de unidades ao Instituto Serum da Índia, que também tem autorização para fabricar o imunizante.
O valor é o mesmo que será pago pelo Brasil pelas 2 milhões de doses produzidas pelo Instituto Serum e que desembarcam hoje em São Paulo. O preço está em um comunicado divulgado no início do mês pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que futuramente fabricará a vacina de Oxford no país.
Os membros da União Europeia, por sua vez, vão pagar o equivalente a US$ 2,16 por dose, segundo um tuite publicado e deletado logo em seguida pela secretária de Orçamento da Bélgica, Eva De Bleeker, em dezembro.
No fim do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia alertado contra o "nacionalismo nas vacinas" e a "manipulação de preços". No início desta semana, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, reforçou o discurso e disse que o mundo está "à beira de uma catástrofe moral" por conta das desigualdades nos processos de imunização.
Até o momento, mais de 56 milhões de doses de vacinas anti-Covid já foram aplicadas em todo o mundo, segundo o portal Our World in Data, sendo apenas 13.163 na África (todas elas nas Seychelles).
A Covax Facility, projeto patrocinado pela OMS para facilitar a distribuição de vacinas por todo o mundo, prevê abastecer os países entre abril e junho. Até o momento, a África do Sul contabiliza 1,38 milhão de casos do novo coronavírus e 39,5 mil mortes.
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