Topo

Esse conteúdo é antigo

Navios humanitários salvam mais de mil imigrantes no mar Mediterrâneo

03.nov.2021 - Migrantes em um barco de madeira esperam ser resgatados pela ONG alemã Sea Eye durante uma operação de busca e resgate no Mar Mediterrâneo. - Hugo Le Beller/Sea-Eye/Handout via REUTERS
03.nov.2021 - Migrantes em um barco de madeira esperam ser resgatados pela ONG alemã Sea Eye durante uma operação de busca e resgate no Mar Mediterrâneo. Imagem: Hugo Le Beller/Sea-Eye/Handout via REUTERS

Da Ansa

04/11/2021 10h30Atualizada em 04/11/2021 11h18

Dois navios humanitários com mais de mil imigrantes resgatados no Mediterrâneo estão navegando em direção à Itália e pedem a designação de um porto seguro para levar os náufragos.

Um deles, o Sea Eye 4, operado pelas ONGs alemãs Sea Eye e Mission Lifeline, tem mais de 800 migrantes forçados a bordo e se dirigiu à costa da ilha de Lampedusa após Malta ter ignorado pedidos de socorro.

"A presença de navios da sociedade civil europeia evitou um naufrágio com centenas de potenciais vítimas. Pedimos que as autoridades italianas se movimentem imediatamente para prestar máxima assistência às pessoas socorridas, garantindo a elas um desembarque seguro", afirmaram as entidades alemãs.

Já a embarcação humanitária Ocean Viking, da ONG francesa SOS Méditerranée, está nas águas ao sul de Lampedusa com 245 deslocados internacionais resgatados no litoral da Líbia.

Em breve declaração à imprensa nesta quinta-feira (4), a ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, ainda não confirmou o desembarque e disse ser injusto que o país seja o único a salvar migrantes no mar.

"Essa carga não pode recair apenas no país de primeira chegada.

É injusto porque estamos em pandemia e temos dificuldades organizacionais. Precisamos de uma maior participação dos países europeus para uma justa redistribuição dos migrantes com base no princípio da solidariedade", ressaltou.

Normas internacionais determinam que pessoas resgatadas em alto mar devem ser obrigatoriamente levadas ao porto seguro mais próximo, papel que, no caso do Mediterrâneo, recai sobretudo em Itália, Grécia e Malta.

Muitos desses migrantes são salvos em águas territoriais da Líbia, mas ONGs, agências humanitárias e o próprio governo italiano dizem que o país africano não é um porto seguro para deslocados internacionais.

Entre outras coisas, a Guarda Costeira líbia é acusada de atirar contra barcos de migrantes e refugiados e de prender pessoas resgatadas no Mediterrâneo em campos de concentração. Também há relatos de pessoas da África Subsaariana vendidas como escravas nesses locais.

De acordo com o Ministério do Interior, a Itália já acolheu 54.384 deslocados internacionais via Mediterrâneo em 2021, quase o dobro dos 29.569 registrados no mesmo período do ano passado.

Os principais países de origem são Tunísia (14.353), Bangladesh (6.453), Egito (6.212), Irã (3.359) e Costa do Marfim (3.194).

Geralmente, esses migrantes usam a Itália apenas como porta de entrada na União Europeia e depois seguem para países mais ao norte, como a Alemanha.