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Elizabeth Holmes, fundadora da Theranos, é condenada por fraude

04/01/2022 16h39

WASHINGTON, 4 JAN (ANSA) - A fundadora da empresa americana de biotecnologia Theranos, Elizabeth Holmes, foi considerada culpada de quatro das 11 acusações contra ela em um tribunal da Califórnia na última segunda-feira (4).   

Após mais de 50 horas de julgamento, o júri, formado por oito homens e quatro mulheres, concluiu que Holmes foi culpada de enganar investidores para que colocassem dinheiro em sua startup, com sede no Vale do Silício, prometendo revolucionar a indústria de laboratórios de análises clínicas.   

Com isso, ela foi considerada culpada de três acusações de fraude eletrônica e uma de conspiração para fraudar investidores". A executiva, de 37 anos, não foi detida e não há data exata para o anúncio da sentença, que poderia ser de 20 anos para cada uma das quatro acusações pelas quais ela foi considerada culpada.   

Além disso, Holmes pode ser obrigada a pagar uma multa de US$ 250 mil (o equivalente a pouco mais de R$ 1,4 milhão) mais restituição para cada acusação de fraude eletrônica e cada contagem de conspiração.   

O júri ainda a considerou inocente de outras quatro acusações, relacionadas a fraude pública, e não conseguiu chegar a um veredicto unânime sobre os três restantes.   

A ex-promessa do Vale do Silício fundou a Theranos aos 19 anos e garantia que a empresa seria revolucionária. Holmes dizia ter desenvolvido uma máquina para realizar uma série de exames médicos com apenas algumas gotas de sangue retiradas de uma picada no dedo do paciente.   

A mulher chegou, inclusive, a ser considerada a próxima personalidade do mundo da tecnologia. Mas tudo não passava de uma farsa.   

A fraude veio à tona depois que o jornal americano "The Wall Street Journal" descobriu que os dispositivos não eram tão eficazes quanto Holmes alegava e chamaram a atenção das autoridades americanas, que abriram uma investigação.   

Holmes, que, segundo seus advogados, é responsável apenas por erros inocentes causados por inexperiência e pouca idade, teria arrecadado dinheiro de forma fraudulenta, totalizando US$945 milhões de investidores de alto perfil, incluindo personalidades de calibre de Rupert Murdoch e membros da família da ex-ministra da Educação Betsy DeVos e dos fundadores do Walmart. (ANSA)
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