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Esmoleiro do Papa faz Via Crucis em cidade ucraniana devastada

15.4.2022 - O cardeal polonês Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa Francisco, participou nesta sexta-feira (15) de uma Via Crucis em Borodyanka, na Ucrânia - Handout/VATICAN MEDIA/AFP
15.4.2022 - O cardeal polonês Konrad Krajewski, esmoleiro do Papa Francisco, participou nesta sexta-feira (15) de uma Via Crucis em Borodyanka, na Ucrânia Imagem: Handout/VATICAN MEDIA/AFP

15/04/2022 15h56

VATICANO, 15 ABR (ANSA) - O cardeal polonês Konrad Krajewski, esmoleiro apostólico do Vaticano, participou nesta sexta-feira (15) de uma Via Crucis em Borodyanka, uma das cidades ucranianas que foram palco de atrocidades durante a invasão russa.

Responsável por coordenar as obras de caridade do papa Francisco, Krajewski está em sua terceira visita à Ucrânia desde o início da guerra, em 24 de fevereiro. Desta vez, a viagem coincidiu com a Sexta-Feira da Paixão, quando cristãos relembram a morte de Jesus Cristo na cruz.

Tradicionalmente, a Via Crucis repete o caminho de Cristo até a crucificação e é dividida em 14 estações, indo desde a condenação até o sepultamento. Em Borodyanka, no entanto, as estações foram substituídas por paradas diante dos locais onde foram encontradas vítimas civis após a retirada do Exército russo.

"Encontramos ainda muitos mortos e uma cova com pelo menos 80 pessoas sepultadas sem nome e sobrenome. Faltam lágrimas, faltam palavras", declarou Krajewski após a Via Crucis - o cardeal também celebrou orações nas cidades vizinhas de Bucha e Irpin.

Todas essas localidades ficam nos arredores de Kiev e foram ocupadas por forças russas durante o primeiro mês de guerra. No entanto, a decisão de Moscou de se concentrar no Donbass, onde ficam os territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, permitiu que a Ucrânia retomasse o controle da região de Kiev.

Depois da retirada russa, surgiram diversos indícios de crimes de guerra contra a população civil, como corpos jogados nas ruas, cadáveres com sinais de tortura e valas comuns com dezenas de mortos.

Em Borodyanka, que tinha 10 mil habitantes antes da guerra, boa parte dos prédios foi destruída por bombardeios russos, e as autoridades ucranianas ainda procuram por corpos nos escombros.

"Menos mal que temos a fé e que estamos na Semana Santa, na Sexta Santa, quando podemos nos unir com Jesus e subir com ele na cruz. Porque depois da Sexta Santa, eu sei, haverá o Domingo da Ressurreição, e talvez Ele nos explique tudo com seu amor", acrescentou Krajewski.