Ex-presidente Castillo oficializa pedido de asilo ao México
O ex-presidente peruano Pedro Castillo pediu formalmente asilo ao México após ser preso ao tentar dissolver o Congresso e dar um golpe de Estado, informou o ministro mexicano das Relações Exteriores, Marcelo Ebrard.
No documento, datado de 7 de dezembro, mas entregue apenas na noite desta quinta-feira (8), Castillo cita os motivos para sua solicitação e diz que é alvo "de uma perseguição puramente política de todos aqueles que pensam diferente do grupo oligárquico que impera sobre todas as instituições do país".
O ex-presidente ainda diz que seu anúncio de dissolver o Congresso, iniciar um governo de exceção que legislaria apenas por decreto e querer mudar a Constituição após novas eleições "não configuram nenhum ilícito penal".
Ebrard já havia dito que o México concederia o asilo político a Castillo se fosse formalmente solicitado, mas até o momento, nenhuma decisão nesse sentido foi tomada. O político peruano continuará preso de maneira preventiva, pelo menos, até o dia 13 de dezembro.
No dia 7, o Congresso peruano estava votando a terceira ação de impeachment contra Castillo em apenas 16 meses. Pouco antes da conclusão dos trabalhos, o então presidente anunciou a tentativa de golpe.
Contudo, a medida não teve apoio nem dos políticos aliados e o mandatário foi destituído do cargo. Para seu lugar, assumiu a vice, Dina Boluarte, a primeira mulher a ser presidente do Peru.
O país sul-americano vive uma crise política interminável nos últimos 20 anos, com seus chefes de Estado renunciando ou sendo alvos de impeachments. Desde 2018, por exemplo, foram cinco os homens que assumiram a função, mas não completaram seus mandatos. Além disso, praticamente todos os presidentes vivos das últimas duas décadas estão presos por crimes cometidos durante seus mandatos.
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