Número de mortos em naufrágio no Mediterrâneo passa de 40
Um novo naufrágio na costa da Itália deixou pelo menos 41 pessoas mortas, em mais uma tragédia envolvendo migrantes no "cemitério" do Mar Mediterrâneo.
O barco havia partido de Sfax, na Tunísia, na última quinta-feira (3), mas virou por causa de uma forte onda após somente seis horas de navegação.
Todos os ocupantes da embarcação caíram no mar - a maioria deles sem coletes salva-vidas -, porém apenas quatro foram resgatados com vida por um navio de Malta.
Os sobreviventes foram transferidos para um barco da Guarda Costeira da Itália e chegaram à ilha de Lampedusa nesta quarta-feira (9), quando relataram que 45 pessoas, incluindo três crianças, estavam na embarcação que partira da Tunísia.
Os migrantes resgatados são três homens e uma mulher da Costa do Marfim e da Guiné, na África Subsaariana, e desembarcaram na Itália em estado de choque.
Os sobreviventes contaram que passaram diversas horas na água até conseguir subir em um barco de ferro abandonado - provavelmente também usado para travessia de migrantes. Além disso, ficaram à deriva na embarcação por quatro dias até a chegada do resgate.
Nenhum dos 41 corpos foi avistado, uma vez que os sobreviventes foram encontrados longe do local do naufrágio.
O Ministério Público de Agrigento, no sul da Itália, abriu uma investigação por favorecimento à imigração clandestina para apurar o caso.
Segundo o Ministério do Interior italiano, o país já recebeu 93,7 mil migrantes forçados e refugiados via Mediterrâneo em 2023, um aumento de 110% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a Organização Internacional para as Migrações (OIM) diz que mais de 1,8 mil pessoas morreram ou desapareceram tentando concluir a travessia do Mediterrâneo Central neste ano.
A nova tragédia chega na esteira do naufrágio que deixou pelo menos 82 mortos e centenas de desaparecidos no litoral da Grécia, em 14 de junho, e de um episódio semelhante em Cutro, na costa italiana, com 87 vítimas, em fevereiro passado. (ANSA).
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