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Conselho de Segurança da ONU fará reunião sobre decisão de Haia sobre Gaza

Fumaça após um ataque aéreo de Israel na cidade de Khan Younis, ao sul da Faixa de Gaza Imagem: Yasser Qudih/Xinhua

27/01/2024 09h46

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reunirá na quarta-feira (31) para analisar a decisão da Corte Internacional de Justiça (CIJ), tribunal da ONU com sede em Haia, na Holanda, que pediu que Israel evite um genocídio em Gaza.

O encontro foi solicitado pela Argélia "com o objetivo de dar efeito executivo à decisão sobre as medidas provisórias impostas à ocupação israelense".

Na última sexta-feira (26), a Corte rejeitou um pedido de Israel para arquivar a denúncia de genocídio na Faixa de Gaza apresentada pela África do Sul.

Segundo a juíza Joan Donoghue, "alguns atos parecem se enquadrar na convenção sobre genocídio", o que justificaria o prosseguimento do caso. O tribunal ordenou que Israel "tome todas as medidas para evitar quaisquer atos de genocídio" no enclave.

O país judeu também terá que adotar ações "imediatas e eficazes" para permitir o fornecimento de assistência humanitária em Gaza e preservar eventuais provas de genocídio contra palestinos.

Por outro lado, o tribunal pediu a libertação "imediata e incondicional" de todos os reféns israelenses. Não há prazo para uma decisão sobre o mérito da denúncia.

A ex-diplomata suíça Carla del Ponte, que já foi procuradora-geral do tribunal, explicou em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica que a corte "trata preventivamente apenas do genocídio e está advertindo Israel sobre a necessidade de tomar todas as medidas necessárias para evitar que seus militares cometam atos que configurem esse grave crime".

Ela esclareceu que o juízo não está acusando diretamente Israel de perpetrar um genocídio, mas alertando sobre a obrigação de não adotar comportamentos que configurariam o crime.

Ainda na sexta-feira, o governo do Brasil solicitou a "imediata observância" da decisão. Em comunicado, as autoridades brasileiras destacaram a "importância do respeito pleno e imediato" à decisão do principal órgão judicial da ONU, considerando-a "juridicamente vinculante".

O Brasil afirmou acreditar que as medidas cautelares contribuirão para garantir o respeito à Convenção sobre genocídio, assinada em 1948 após o Holocausto, e a proteção dos direitos do povo palestino.

O governo brasileiro reiterou ainda sua defesa de um Estado palestino economicamente viável, convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente.

No comunicado oficial, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também pediu novamente o "libertação imediata dos restantes reféns nas mãos do Hamas".

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