Governo argentino suspende agência de notícias Télam

BUENOS AIRES, 4 MAR (ANSA) - A polícia argentina cercou o edifício onde funcionava a agência estatal de notícias Télam na madrugada desta segunda-feira (4) em Buenos Aires.   

A medida ocorreu dois dias após um discurso em que o presidente, Javier Milei, anunciou ao Parlamento da Argentina que a agência será fechada.   

No momento, os portais do serviço informativo exibem apenas uma tela dizendo "Página em reconstrução".   

Na noite deste domingo (3), os cerca de 700 funcionários receberam um comunicado institucional, assinado pelo interventor Diego Chaher.   

Com o título "Dispensa laboral", o oficial notificou que "todo o pessoal da Télam está dispensado de seus deveres laborais pelo prazo de sete dias, com remuneração, a partir das 23:59 do domingo".   

O último material difundido pela Télam informou aos assinantes sobre o fechamento, classificado como "um inqualificável ataque à liberdade de expressão, perpetrado nas altas horas da madrugada, como nos anos mais obscuros da história argentina".   

"A polícia cercou os edifícios da Télam, onde será realizado um abraço simbólico contra seu fechamento", dizia a notícia, que depois saiu do ar como todos os demais materiais.   

A ação policial foi presenciada por funcionários que ainda trabalhavam no horário de fechamento.   

A decisão de Milei foi seguida de diversas manifestações de repúdio. A Confederação Geral do Trabalho (CGT), principal central trabalhista do país, disse que a medida representa "um caminho de deterioração para o povo argentino", caracterizado por políticas que "mostram um ativo autoritarismo intervencionista".   

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A Télam foi criada há 78 anos com o propósito de "difundir informação a todo o país com caráter federal e pluralista", desenvolvida como uma companhia de capital misto.   

O objetivo, em 1945, era quebrar o duopólio informativo formado então por duas agências americanas, United Press International e Associated Press.   

A Télam é o único veículo jornalístico do país com rede de correspondentes em todas as províncias, emitindo mais de 500 notícias por dia, ao menos 200 fotografias e contando com áreas especializadas, como vídeo, rádio, um portal de notícias e redes sociais. (ANSA).   

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