Governo iraniano impõe nova onda de repressão contra mulheres

ROMA, 23 ABR (ANSA) - O governo iraniano iniciou uma nova onda de repressão interna, ordenando que a polícia prendesse todas as mulheres acusadas de violar as rigorosas regras islâmicas sobre o uso do véu.   

O endurecimento das medidas foi feito no mesmo dia no qual o Irã lançou seu primeiro ataque contra Israel, em 13 de abril, informou a agência Reuters nesta terça-feira (23).   

Na ocasião, o chefe da polícia de Teerã, Abbasali Mohammadian,foi à TV anunciar a nova campanha. "A partir de hoje, a polícia de Teerã e de outras cidades tomará medidas contra aquelas que violam a lei do hijab", declarou ele, enquanto centenas de agentes invadiam as ruas dos municípios do país.   

De acordo com a Reuters, usuários de redes sociais publicaram imagens de uma forte presença policial moral em Teerã e vídeos de agentes prendendo violentamente mulheres que, segundo eles, estavam vestidas inadequadamente.   

Além disso, gravações mostram forças de segurança à paisana arrastando jovens mulheres em vans da polícia. As autoridades iranianas haviam desaparecido das ruas desde o ano passado, após uma série de protestos realizados no país após a morte da jovem Mahsa Amini.   

A curda de 22 anos foi presa pela polícia em Teerã, capital do Irã, em 13 de setembro de 2022, por supostamente ter desrespeitado as regras sobre o uso do véu islâmico.   

Ela morreu em um hospital três dias depois de sua detenção devido a agressões sofridas sob custódia policial. A morte de Amini desencadeou uma onda de protestos contra o regime teocrático em vigor no Irã desde 1979, o uso obrigatório do véu e a discriminação de gênero, sob o slogan "Mulher, Vida e Liberdade".   

Hoje, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a iraniana Narges Mohammadi, detida em Teerã desde 2021, incentivou os cidadãos do país a se levantarem para enfrentar "a guerra total contra as mulheres" depois que as autoridades intensificaram os controles em lenços de cabeça nas ruas.   

"Mulheres e homens iranianos, apelo a vocês, sejam artistas, intelectuais, trabalhadores, professores ou estudantes, dentro ou fora do país, para se levantarem contra as mulheres", enfatizou Mohammadi em uma mensagem de voz enviada pelos seus seguidores.   

Continua após a publicidade

A ativista acusa as autoridades iranianas de terem intensificado uma "guerra contra todas as mulheres em todas as ruas do Irã".   

(ANSA).   

Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.

Deixe seu comentário

Só para assinantes