Itália recupera última vítima de naufrágio e conclui buscas

ROMA, 23 AGO (ANSA) - Quatro dias após o naufrágio de um veleiro de luxo na costa de Palermo, capital da Sicília, as autoridades italianas encontraram o corpo da sétima e última vítima da tragédia e concluíram as operações de buscas nesta sexta-feira (23).   

Os mergulhadores do Corpo de Bombeiros recuperaram hoje cedo o corpo de Hannah Lynch, a filha de 18 anos do bilionário Mike, 59 anos, proprietário da embarcação e apelidado de "Bill Gates britânico" por sua atuação no setor de tecnologia.   

Hannah era estudante, modelo, amante de livros e poesia, e, depois de se formar em uma das escolas mais exclusivas do Reino Unido, estava se preparando para ir para a prestigiosa Universidade de Oxford.   

Após o corpo ser levado à superfície, a Guarda Costeira de Palermo, que desde o início coordenou todas as ações de busca de desaparecidos, declarou as operações concluídas com um balanço com sete mortos e 15 sobreviventes, incluindo a esposa do empresário, Angela Baccares.   

No cais de Porticello, os bombeiros aplaudiram os colegas mergulhadores que realizaram a busca das vítimas no mar. Todos os corpos serão levados para o necrotério local, onde passarão por autópsias a pedido do Ministério Público de Termini Imerese.   

A decisão foi tomada em decorrência do inquérito aberto para apurar a tragédia e em meio a acusações de homicídio culposo. Os exames serão realizados por médicos do instituto jurídico da Policlínica de Palermo.   

Entre as vítimas também estão Ricardo Thomas, cozinheiro da embarcação; Jonathan Bloomer, presidente do banco Morgan Stanley International, e sua esposa, Judy Bloomer; o advogado de Lynch, Chris Morvillo, e sua mulher, a designer de joias Neda Morvillo.   

Mike Lynch havia levado amigos e familiares para o iate Bayesian para celebrar o fim de um processo legal de 12 anos decorrente da venda bilionária de sua empresa de tecnologia para a HP.   

De acordo com as autoridades, com exceção do corpo do cozinheiro, encontrado fora do casco, os outros cinco corpos estavam fora das cabines, em uma zona do iate que foi a última a inundar, pouco antes de afundar.   

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Para os socorristas, este é um sinal da tentativa extenuante de todos de encontrar uma rota de fuga.   

Segundo os técnicos envolvidos na reconstrução do incidente, é possível que a proa do barco, onde ficavam os alojamentos da tripulação, tenha afundado primeiro. A violência da água teria rompido o casco e impedido que as pessoas no recinto se salvassem.   

O iate afundou devido a um tornado repentino enquanto estava estacionado no Porto de Porticello, nos arredores de Palermo.   

Uma câmera de segurança de uma residência próxima do local do incidente mostrou que a embarcação desapareceu em apenas 60 segundos.   

Chamado Bayesian, o veleiro tem 56 metros, pesa 473 toneladas e foi construído pelo estaleiro Perini Navi em Viareggio, na Itália, para realizar viagens de luxo. A embarcação tinha bandeira britânica e levava 12 passageiros e 10 tripulantes. (ANSA).   

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