Crise no M5S opõe ex-premiê italiano a fundador do partido

ROMA, 25 OUT (ANSA) - O partido antissistema italiano Movimento 5 Estrelas (M5S), uma das principais forças de oposição ao governo de Giorgia Meloni, está muito perto de romper de vez com seu fundador, o humorista Beppe Grillo.   

O ex-premiê Giuseppe Conte, atual presidente da legenda populista, indicou nesta semana que não renovará o contrato de consultoria com o comediante, que hoje exerce a função de "garantidor" do M5S.   

Estima-se que o vínculo renda um salário de 300 mil euros (R$ 1,9 milhão) por ano a Grillo, que há meses vem trocando farpas publicamente com Conte.   

Após rumores sobre o rompimento circularem na imprensa, a assessoria de imprensa do ex-premiê confirmou que "não é possível renovar" o acordo "nas condições atuais".   

Fundado por Grillo, o M5S rompeu a polarização entre direita e esquerda na Itália e foi o partido mais votado nas eleições de 2018, com pouco mais de 30% da preferência.   

O resultado levou Conte, que não era uma figura de destaque no partido, ao cargo de premiê em junho daquele ano, primeiro em aliança com a legenda da direita nacionalista Liga e depois, a partir do segundo semestre de 2019, em coalizão com a centro-esquerda.   

Conte governou até fevereiro de 2021, quando foi substituído por um gabinete de união nacional encabeçado pelo independente Mario Draghi, mas assumiu a liderança do M5S e foi eleito deputado nas eleições de outubro de 2022.   

Ao longo dos anos, no entanto, o movimento perdeu apoio tanto de eleitores eurocéticos que haviam sido atraídos por seu discurso antissistema quanto daqueles que viam no partido um caminho para renovar a esquerda.   

Atualmente, o M5S é a terceira força política na Itália, atrás do nacionalista Irmãos da Itália (FdI), de Meloni, e do progressista Partido Democrático (PD), e começou a discutir medidas para recuperar o protagonismo, algumas delas rechaçadas por Grillo.   

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Entre as propostas questionadas pelo humorista estão a alteração do símbolo do M5S e a revogação da regra que impede integrantes do movimento de ocupar cargos públicos por mais de dois mandatos, que sempre foi um de seus pilares. (ANSA).   

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