Enchentes destruíram escolas e postos de saúde em Branquinhas, Alagoas
As chuvas que afetaram diversas cidades de Alagoas, no fim de semana, foram ainda mais devastadoras no município de Branquinhas, a 65 quilômetros de Maceió.
O presidente da Associação dos Municípios de Alagoas, Luciano Ribeiro, que esteve no local, contou à BBC Brasil que todas as escolas da cidade foram destruídas.
A maior parte do prédio da prefeitura, assim como o cartório e o único posto de saúde, também não resistiram à força das águas e estão "no chão", segundo ele.
"Não é que um muro ou uma parede tenha caído. A estrutura toda ruiu. É uma cena de catástrofe mesmo", diz Ribeiro, que é prefeito de Arapiraca.
Nem mesmo a prefeita de Branquinhas, Renata Moraes, teria escapado das inundações. Em entrevista à imprensa local, Renata contou que passou a noite de sábado para domingo no telhado de casa, com outras onze pessoas.
A informação é confirmada por Ribeiro, que diz ter conversado pessoalmente com a prefeita de Branquinhas e visitado "onde era" sua casa.
"Conversei com os prefeitos da região, que estão desesperados", diz. "Precisamos lembrar que são cidades praticamente sem arrecadação, que vão depender da ajuda de terceiros para conseguirem se reerguer", acrescenta.
As enchentes causadas pelas chuvas que caem desde a semana passada em Pernambuco e Alagoas já deixaram pelo menos 41 mortos, de acordo com informações dos governos de ambos os Estados.
Quase 100 mil tiveram que deixar suas casas, e o número de desaparecidos passa de 1,5 mil.
'Desprevenidos' Algumas das cidades alagoanas, como Branquinhas, não chegaram a sofrer com chuvas tão fortes, mas sim com as cheias dos rios.
Segundo Ribeiro, a água subiu "em pouco mais de uma hora", em consequência de chuvas excessivas em Pernambuco, que afetaram a cabeceira dos rios.
"Como as pessoas não viram tanta chuva, acabaram sendo pegas desprevenidas quando o rio já estava transbordando", conta.
"É uma coisa que nunca tínhamos visto antes na região", diz o prefeito de Arapiraca. "Agora vamos ter que repensar a ocupação urbana aqui e provavelmente reinstalar os desabrigados em outro lugar da cidade", acrescenta.
Sem água Em União dos Palmares, a 78 quilômetros de Maceió, a água já baixou, mas nem por isso os moradores estão tranquilos.
A cidade inteira está sem água potável e apenas nesta terça-feira a energia elétrica estava sendo restabelecida - ainda assim, em apenas partes da cidade.
"Estamos dependendo de ajuda de quem vai a Maceió e que possa trazer água", conta o taxista Milton Ferreira dos Santos, de 40 anos.
"Lá em casa colocamos um limite de um balde de água por dia. Tem que dar para cozinhar e tomar banho", diz.
Segundo ele, a inundação começou na sexta-feira à tarde e foi "rápida demais". "Choveu a semana inteira, mas foi na sexta-feira que o pior aconteceu, com o rio transbordando", conta.
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