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Médico acusado de colaborar em morte de Bin Laden tem pena reduzida

15/03/2014 12h10

A condenação de um médico que teria ajudado os Estados Unidos a descobrir o paradeiro de Osama Bin Laden foi reduzida em dez anos por um tribunal do Paquistão.

A decisão foi anunciada neste sábado.

Shakil Afridi é acusado pelo governo do Paquistão de realizar uma campanha de vacinação falsa para tentar confirmar a presença do ex-líder do grupo Al Qaeda na cidade de Abbottabad, no norte do país.

A sentença inicial de Afridi, de 33 anos, era vista por muitos observadores internacionais como uma punição por seu papel na morte de Bin Laden, em 2011.



O ex-líder da Al Qaeda foi morto a tiros por forças americanas durante uma incursão surpresa em sua residência.

Segundo o governo americano, o corpo de Bin Laden foi retirado do Paquistão e jogado no mar. Sua localização exata nunca foi revelada.

A operação secreta realizada pelos Estados Unidos provocou embaraço nas autoridades paquistaneses, que não haviam sido informadas sobre a incursão militar.

O episódio desgastou ainda mais a relação entre os dois países.

Condenação

Uma corte tribal condenou Afridi em maio de 2012 pelo crime de traição por acusações de associação a grupo militante.

Neste sábado, um tribunal da cidade de Peshawar, no norte do país, reduziu sua sentença para 23 anos após apelações de seus parentes e dos Estados Unidos.

O advogado de Afridi, Qamar Nadeem, afirmou que a condenação pelo crime de traição foi mantida, mas uma outra acusação acabou suspensa.

Nadeem levantou a possibilidade de uma nova apelação a uma instância superior uma vez que parentes de Afridi reivindicam um novo julgamento para o médico.

Afridi é acusado de ter cooperado com a CIA, a agência de inteligência americana, ao criar um programa de vacinação contra hepatite para identificar o paradeiro de Bin Laden.

Por meio de seus advogados, ele negou ter ajudado os Estados Unidos.