Médico acusado de colaborar em morte de Bin Laden tem pena reduzida
A condenação de um médico que teria ajudado os Estados Unidos a descobrir o paradeiro de Osama Bin Laden foi reduzida em dez anos por um tribunal do Paquistão.
A decisão foi anunciada neste sábado.
Shakil Afridi é acusado pelo governo do Paquistão de realizar uma campanha de vacinação falsa para tentar confirmar a presença do ex-líder do grupo Al Qaeda na cidade de Abbottabad, no norte do país.
A sentença inicial de Afridi, de 33 anos, era vista por muitos observadores internacionais como uma punição por seu papel na morte de Bin Laden, em 2011.
O ex-líder da Al Qaeda foi morto a tiros por forças americanas durante uma incursão surpresa em sua residência.
Segundo o governo americano, o corpo de Bin Laden foi retirado do Paquistão e jogado no mar. Sua localização exata nunca foi revelada.
A operação secreta realizada pelos Estados Unidos provocou embaraço nas autoridades paquistaneses, que não haviam sido informadas sobre a incursão militar.
O episódio desgastou ainda mais a relação entre os dois países.
Condenação
Uma corte tribal condenou Afridi em maio de 2012 pelo crime de traição por acusações de associação a grupo militante.
Neste sábado, um tribunal da cidade de Peshawar, no norte do país, reduziu sua sentença para 23 anos após apelações de seus parentes e dos Estados Unidos.
O advogado de Afridi, Qamar Nadeem, afirmou que a condenação pelo crime de traição foi mantida, mas uma outra acusação acabou suspensa.
Nadeem levantou a possibilidade de uma nova apelação a uma instância superior uma vez que parentes de Afridi reivindicam um novo julgamento para o médico.
Afridi é acusado de ter cooperado com a CIA, a agência de inteligência americana, ao criar um programa de vacinação contra hepatite para identificar o paradeiro de Bin Laden.
Por meio de seus advogados, ele negou ter ajudado os Estados Unidos.