A carta de Muhammad Ali para Nelson Mandela que foi vendida por R$ 30 mil em leilão
"Caro sr. Mandela, permita-me expressar meus sentimentos a você e à ANC pela morte de Chris Hani. Rezo pela família de Hani e pelo povo da África do Sul nestes dias difíceis. (...) Inshallah ("se Alá quiser", em árabe), rezo para que Deus o proteja."
Uma carta em tom formal para o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela acaba de ser vendida em um leilão na Inglaterra por 7.200 libras (R$ 30 mil) por um simples, mas importante, detalhe: ela foi escrita pelo boxeador Muhammad Ali.
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Assinada por Ali e datilografada em um papel timbrado especial para sua visita à África do Sul, a carta falava da morte de um dos líderes do movimento antiapartheid no país, em 1993.
O boxeador também descreve seu itinerário durante a visita e deixa telefones de contato para um encontro com Mandela.
Era um dos períodos de maior tumulto no país durante as negociações que dariam fim à política de apartheid.
Um ano depois, Mandela se tornaria o primeiro presidente negro da história da África do Sul.
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'Adversário feroz'
A carta foi datilografada pelo assistente pessoal do gerente do hotel Elangeni em Durban, onde Ali estava hospedado.
No local da assinatura, ele soletrou incorretamente o nome do boxeador, como Muhammed.
Ela foi vendida para um colecionador americano na casa de leilões Henry Aldridge and Son - incluindo uma explicação sobre o erro.
"Muhammad Ali ficou na África do Sul por apenas um curto período em abril de 1993, chegando logo após o assassinato de Chris Hani, no dia 10 de abril", disse à BBC o leiloeiro Andrew Aldridge.
Hani era o chefe do Umkhonto We Sizwe, o braço armado do partido de Mandela, o Congresso Nacional Africano (CNA).
"Ele era um adversário feroz da política de apartheid e foi assassinato por um extremista de direita diante de sua casa em Boksburg", explicou Aldridge.
"Com este pano de fundo, Ali chegou na África do Sul em um momento em que o país estava à beira do precipício com a possibilidade de uma guerra civil."
O boxeador foi ao velório de Hani no Estádio FNB em Joanesburgo no dia 19 de abril de 1993. "Quando ele apareceu, a multidão gritou: 'Ali! Ali!'."
Segundo Aldridge, Mandela mantinha uma foto de si mesmo com Ali em sua escrivaninha e que seu livro favorito do líder africano, em seus últimos anos de vida, era uma cópia autografada da biografia de Ali.
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