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Esforços para resgatar meninos na Tailândia incluem mergulhadores, drones e cães farejadores

AFP
Imagem: AFP

02/07/2018 17h46

Nove dias depois de ficarem presos numa caverna na Tailândia, 12 meninos e seu técnico de futebol foram encontrados com vida nesta segunda-feira. Eles continuam no local e ainda precisam ser resgatados.

Acredita-se que o grupo tenha ficado preso após chuvas torrenciais inundarem a entrada da caverna.

Conheça aqui os detalhes da operação de busca e resgate, que já dura mais de uma semana.

Enfrentando a água

Mergulhadores da Marinha tailandesa, mergulhadores britânicos e militares americanos participam da operação.

Eles estão nadando em pequenos espaços e não podem ir muito longe sob o risco de ficarem sem ar.

A entrada tem sido dificultada pela escuridão dentro da caverna e pela velocidade das águas.

As águas lamacentas deixam os mergulhadores quase sem visibilidade - eles só conseguem enxergar alguns centímetros à frente.

A experiência foi descrita como "nadar em café gelado".

Bombas e perfuradeiras

Potentes bombas usadas para reduzir o nível de água dentro da caverna não têm conseguido fazer frente às chuvas incessantes.

Na quinta, conforme a entrada da caverna alagou, o bombeamento foi suspenso, e os mergulhadores tiveram de suspender as buscas.

As equipes de resgate, então, procuraram outras formas de acessar a caverna e diminuir os níveis internos de água.

Rochas foram perfuradas para drenar água e permitir que os mergulhadores retomassem as buscas, mas a grossura das paredes da caverna dificultou a missão.

Outra opção era fazer um buraco na caverna e abrir um corredor para resgatar os meninos.

Mas a ideia se mostrou inviável, já que a região montanhosa e coberta de florestas impediria a movimentação das grandes máquinas de perfuração.

Drones e robôs

Outros equipamentos são utilizados pelas equipes de resgate, que incluem militares, policiais e centenas de voluntários.

Drones com detectores térmicos voaram sobre a caverna para localizar possíveis pontos de acesso. Um robô submarino forneceu informações sobre a profundidade das águas e condições na caverna.

Não existem equipamentos capazes de detectar pessoas em áreas tão profundas.

Cogitou-se mandar câmeras para dentro da caverna para tentar contatar o grupo.

Cães farejadores

Os animais ajudaram as equipes de busca a analisar a área por cima do complexo de cavernas, com vários quilômetros de extensão, em busca de pontos de acesso. Segundo a agência AFP, antes de serem levados ao local, os cães farejaram roupas das crianças desaparecidas.

Parentes das crianças ficaram acampados do lado de fora da caverna desde que elas ficaram presas, em 23 de junho. O primeiro-ministro da Tailândia, Prayuth Chan-Ocha, visitou a área e conversou com eles na sexta-feira.

Kits de sobrevivência

Dezenas de "kits de sobrevivência" com comida, mapas e celulares foram enviados para a caverna na sexta-feira, segundo a polícia.

As equipes despejaram os kits em buracos nas rochas sobre as cavernas. Caso as equipes não encontrassem os meninos, havia a opção de mandar os kits por rios subterrâneos.

Uma equipe policial conseguiu entrar por um desses buracos, encontrado por dois britânicos, e descobriu uma câmara ampla capaz de levá-los até o complexo principal da caverna.

O policial Kraiboon Sotsong disse a repórteres que os kits continham uma mensagem orientando os meninos a devolver o pacote pelas águas, apontando no mapa onde estavam.

Plano de resgate

Após o alívio de encontrar o grupo com vida, a operação para retirá-lo da caverna pode ser longa.

Fortes chuvas nesta época do ano podem fazer com que vários pontos de acesso à caverna sigam inundados por meses.

Na semana passada, autoridades locais disseram que os meninos serão treinados a usar equipamentos de mergulho caso tenham de nadar para fora da caverna.

Mas realizar a tarefa pode ser extremamente difícil, forçando as equipes a abastecer o grupo com comida enquanto buscam outro ponto de saída mais seguros.